Centenas de bombeiros foram mobilizados nesta quarta-feira, 6, para tentar conter um incêndio florestal que vem se propagando com rapidez no sul da Françaapós uma mulher morrer e nove pessoas ficarem feridas pelas chamas que engoliram as colinas de Corbières.
O incêndio, que começou na tarde da terça-feira 5, já consumiu 13.000 hectares no interior do país, perto da fronteira com a Espanha, tornando-se o maior e mais veloz incêndio florestal na França deste ano. Pelo menos 25 casas foram destruídas ou danificadas.
O maciço incêndio começa no sul da França – 5.000 hectares desaparecidos
2500 casas deixadas sem eletricidade, duas feridas
Macron diz que todos os recursos mobilizados para combater chamas crescentes pic.twitter.com/qvspccjovn
– RT (@rt_com) 5 de agosto de 2025
O fogo surgiu na vila de Ribaute, no departamento de Aude, espalhou-se pela área rural e arborizada de Corbières, famosa pelos vinhedos e vilas medievais. Uma mulher morreu em sua casa e um dos feridos ficou em estado crítico, com queimaduras graves, de acordo com a prefeitura de Aude. Vários bombeiros também ficaram feridos.
Este é “um desastre de proporções sem precedentes”, disse o porta-voz dos bombeiros, Eric Brocardi, à rádio RTL, afirmando que o fogo se espalhava a 5,5 km/h.
🔥🚒 • Infelizmente, nesta manhã, a situação não consegue na frente do#fogo no#Audecom agora mais de 11.100ha #burned. Mais de uma dúzia #communes são impactados por isso #feu Não publicado este ano. O município de #Ribaute (11) parece particularmente … pic.twitter.com/6hzow0migj
– Vigiprevention_meteo (@VigIpreventionM) 6 de agosto de 2025
Operação de longo prazo
Autoridades locais comunicaram que o incêndio florestal permanecia “muito ativo” nesta quarta-feira. “O fogo ainda está se espalhando e está longe de ser contido ou controlado”, disse Remi Recio, subprefeito da cidade de Narbonne, no sul do país. Lucie Roesch, secretária-geral da prefeitura de Aude, afirmou que as chamas estão avançando sobre uma área “onde todas as condições são propícias para que ele se alastre”, acrescentando que os bombeiros estão fazendo de tudo para evitar esse cenário, com aviões lançando sobre as labaredas. Ela declarou ainda que a “operação de longo prazo nos manterá ocupados por vários dias”.
Fogo impressionante em Durban-Corbière em 5 de agosto às 20h33, pouco antes da evacuação da vila. #Aude #Fogo #França pic.twitter.com/porgkkbngw
– Fantasia (@fantasisweden) 6 de agosto de 2025
A expectativa é que ventos fortes, aumento das temperaturas e vegetação seca na região devem contribuir para que o incêndio se espalhe (em Aude, a baixa pluviosidade e a remoção de vinhedos, que costumavam ajudar a retardar o avanço do fogo, tornaram o fenômeno mais comum.) Acampamentos e pelo menos uma vila foram parcialmente esvaziados, e várias estradas foram fechadas. Autoridades solicitaram que habitantes locais e turistas fiquem dentro de casa, a menos que sejam instruídos pelos bombeiros a fugir. Alguns turistas que foram retirados dos acampamentos passaram a noite em prédios municipais.
“Eu queria voltar para casa para pegar minhas coisas, mas não consegui. Estamos esperando para ver os danos. Quando saí, havia chamas aos pés da casa”, um morador local disse à France 2 TV.
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu que a população tenha “a máxima cautela”. “Todos os recursos da nação estão mobilizados”, escreveu nas redes sociais. O primeiro-ministro, François Bayrou, deve viajar para Aude nesta tarde.
Mudanças climáticas
No mês passado, um incêndio florestal que atingiu a cidade portuária de Marselha, a segunda maior cidade da França, deixou cerca de 300 feridos – uma série de fenômenos semelhantes registrados no sul da Europa desde o início do verão no Hemisfério Norte. Mais de 25.700 hectares foram queimados em Portugal desde o início de 2025, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), enquanto também ocorreram focos graves no centro da Espanha, Grécia, Turquia e nos Balcãs.
Segundo cientistas, as mudanças climáticas estão aumentando em intensidade e frequência os fenômenos climáticos extremos. Calor e secas sem precedentes estão tornando a região mais suscetível a incêndios florestais.
A Europa é o continente que mais aquece no mundo, com temperaturas aumentando duas vezes mais rápido que a média global desde a década de 1980, de acordo com o observador de mudanças climáticas Copernicus, da União Europeia. O Mediterrâneo tornou-se particularmente vulnerável, uma vez que verões mais quentes e secos da região criam as condições perfeitas de vegetação seca abundante e ventos fortes para causar incêndios florestais descontrolados.