
Em novembro de 2024, a polícia federal do Brasil tornou o público o que há muito tempo demorou como especulação: a military plot to assassinate President-elect Luiz Inácio Lula da Silva e vice-presidente eleito Geraldo Alckmin antes da inauguração de 2023. A operação –conhecido como Punhal Verde e Amarelo (‘Dagger verde e amarelo’) – foi desenvolvido dentro dos escalões superiores do governo de Jair Bolsonaro e supostamente envolveu o assassinato do juiz da Suprema Corte Alexandre de Moraes, a imposição de uma junta militar e a anulação do resultado eleitoral. Uma insurreição fracassada em 8 de janeiro de 2023até então visto como o clímax do desafio de Bolsonarismo à democracia, talvez fosse apenas a ponta visível de um design mais sombrio.
Anatomia de uma conspiração
O principal suspeito, retired Brigadier General Mário Fernandesocupou um papel executivo -chave no gabinete de Bolsonaro. Em novembro de 2022, Fernandes teria imprimido uma cópia do plano de assassinato de dentro do Palácio do Planalto. Ele detalhou uma operação planejada para 15 de dezembro – três dias após a certificação oficial de Lula como vencedor das eleições presidenciais. O documento propôs o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes por tiro ou veneno. No caso de sucesso, os generais aposentados Braga Netto e Augusto Heleno – ex -ministros – assumiriam o comando do país e instalariam um regime de transição. O objetivo era “restaurar a ordem” e realizar novas eleições sob supervisão militar.
Entre os suspeitos presos ou investigados estão vários oficiais com treinamento em forças especiais, além de consultores próximos a Bolsonaro. Enquanto os militares subestimaram as prisões, afirmando que os policiais não estavam envolvidos na segurança do G20 no Rio de Janeiro, onde alguns foram presos, sua antiga proximidade com a presidência não é contestada.
Do planejamento ao levante
As sementes da trama parecem ter sido semeadas meses antes. Uma investigação policial federal revelou que em julho de 2022, Uma reunião de alto nível foi realizada no círculo de Bolsonaro Para discutir a logística de um golpe d’etat. Uma gravação em vídeo desta reunião foi encontrada no computador de Mauro Cid, assessor de Bolsonaro e ex-tenente-coronel. O juiz da Suprema Corte Alexandre de Moraes, agora presidindo a investigação no STF, descreveu as imagens como evidência de “uma dinâmica de golpe organizada nos mais altos níveis de governo”.
Duas semanas após a reunião, Bolsonaro convidou embaixadores estrangeiros para o Palácio da Alvorada e questionou publicamente a integridade do sistema de votação do Brasil. Segundo os promotores, isso serviu para “verbalizar” reivindicações de fraude anteriormente desacreditadas, com o objetivo de semear dúvidas entre os aliados internacionais e o público doméstico do Brasil.
Após sua derrota para Lula no turno de outubro de 2022, Bolsonaro ficou em silêncio. Ele evitou aparições públicas, pulou suas transmissões de quinta -feira e eventualmente fugiu para a Flóridadeixando a presidência sem reconhecer formalmente o resultado. Sua partida ocorreu apenas alguns dias antes da inauguração de Lula.
Enquanto isso, Bolsonaristas configuram acampamentos fora do quartel do Exércitopedindo intervenção militar. Em 12 de dezembro – a eleição do dia em que Lula foi formalmente certificada – os Rioters tentaram invadir a sede da polícia federal em Brasília, incendiando veículos e conflitando com forças de segurança. Foi, em retrospectiva, um ensaio para o que se desenrolaria em 8 de janeiro.
Cascata de acusações
Após a insurreição fracassada, milhares foram presos. Muitos foram libertados desde então, mas mais de 200 pessoas já foram condenadas pelo Supremo Tribunal por seu papel no que o judiciário agora se refere como uma tentativa de golpe. Entre eles estavam manifestantes, financiadores e organizadores. Alguns casos desencadearam o debate sobre o devido processo, mas a resposta mais ampla dos tribunais tem sido inequívoca, pois não haverá anistia.
A questão central sobre o papel de Bolsonaro passou da implicação para a acusação formal. Em junho de 2023, o Tribunal Eleitoral Superior (TSE) o impediu de manter o cargo até 2030 por abuso de poder e uso indevido de canais públicos durante a reunião dos embaixadores. Em novembro de 2024, a polícia federal indiciou formalmente o ex -presidente da tentativa de golpe de golpe. E em fevereiro de 2025, o Gabinete do Promotor Geral (PGR) seguiu o exemplo, apresentando acusações ao Supremo Tribunal com base em uma investigação de 884 páginas.
O STF começará a revisar se deve aceitar o acusações contra Bolsonaro e sete outros réus. O caso dependerá da força das evidências coletadas pela polícia federal, que inclui documentos, declarações de testemunhas e comunicações digitais. Mas as implicações políticas já são evidentes: o Brasil pode ver um ex -presidente tentado não apenas por minar a democracia, mas por conspirar para matar o homem que o sucedeu.
O que vem a seguir
No Brasil, a judicização da política não é novidade. Mas o ciclo atual rasgou suposições antigas. Bolsonaro não está apenas sendo acusado de ultrapassagem ou desinformação constitucional. Ele agora está no centro de uma suposta conspiração para reverter à força um resultado eleitoral através de uma aquisição militar. O escopo é sem precedentes na história recente do país.
O juiz Moraes, que preside muitas das investigações relacionadas, permanece elogiado e difamado: visto por alguns como a última linha de defesa contra o autoritarismo e por outros como o arquiteto de um judiciário que ultrapassou seus limites democratas. Seu nome, como o de Lula, fica no coração desse confronto. Se o Brasil emerge deste capítulo com corrimão democrata mais forte permanece incerto.
Perguntas -chave:
- A exposição e a investigação da suposta trama indicam força ou fragilidade nas instituições democráticas do Brasil?
- Que papel o judiciário deve desempenhar na resposta a ameaças contra processos democráticos sem ultrapassar seu mandato?
- Como as autoridades civis podem afirmar a supervisão sobre as forças armadas sem provocar reação, dados os profundos emaranhados políticos das forças armadas?
Leitura sugerida:
- Akkoyunlu, Karabekir e José Antonio Lima. 2021. “Intervenção militar furtiva do Brasil”. Jornal de Política na América Latina 14 (1). https://doi.org/10.1177/1866802×211039860.
- Falcão, Márcio, and Ana Flávia Castro. 2025. “Bolsonaro, Braga Netto, ‘Kids Pretos’: Relembre Núcleos do Inquérito do Golpe e as Datas de Julgamento no STF.” G119 de março de 2025. https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/03/19/bolsonaro-braga-netto-kids-pretos-relemebre-nucleos-nquerito-do-golpe-as-datas-de-julgamento-n-stf.ghthml.
- Oyama, Thaís. 2020. Tormenta: O Governo Bolsonaro – Crises, Intrigas e Segredos. São Paulo: Companhia das Letras.