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UIT divulga o Índice de Desenvolvimento das TICs 2025 — Agência Nacional de Telecomunicações

Anatel e Labres

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) divulgou em 30 de junho de 2025 o Indice de Desenvolvimento das TICs (Índice de Desenvolvimento de TIC – Idi) relativo ao exercício de 2025. O IDI atual está ancorado no conceito de conectividade universal e significativa (Conectividade universal e significativa – umc) e serve como uma ferramenta importante para monitorar o progresso rumo a essa conectividade.

A UMC é definida como uma conexão que permite que todos desfrutem de uma experiência online segura, enriquecedora e produtiva a um custo acessível. Ela não significa que todos devam estar conectados o tempo todo, mas descreve uma situação em que todos podem acessar a Internet de forma otimizada e acessível, quando e onde precisarem.

Nesse contexto, o IDI visa avaliar até que ponto a conectividade é universal e significativa nos países, regiões e mundo. Ele fornece uma medida padronizada ao longo do tempo e em diferentes regiões geográficas, apoiando a tomada de decisões com base em evidências.

O IDI é composto por dez indicadores, distribuídos em dois pilares: conectividade universal e conectividade significativa. A pontuação geral do IDI reflete o desempenho combinado desses indicadores.

A edição de 2025 do IDI abrange 164 economias, representando 85% dos Estados-Membros da UIT, em comparação com 170 economias na edição de 2024 e 169 na edição de 2023. A pontuação média para as 164 economias incluídas no IDI 2025 foi 78 em uma escala de zero a cem (0-100). Dados insuficientes continuam a limitar a expansão da cobertura desse índice para os demais países.

O Brasil alcançou, no exercício de 2025, o índice de 84,4, apresentando uma evolução se comparado com os índices de 2023 (81,9) e 2024 (82,0). Esse resultado coloca o Brasil a frente da média do índice para as Américas (77), para os países de Renda Média-Alta (81) e da média mundial (78). Além disso, o País alcançou o índice de 80,7, relativo ao pilar de conectividade universal, e de 88,0 referente ao pilar da conectividade significativa.

Entre as seis regiões da UIT, a Europa (pontuação média do IDI 2025 de 91) e a Comunidade dos Estados Independentes (88) apresentam os melhores desempenhos e são, ainda, as mais homogêneas. Ásia-Pacífico (80), Estados Árabes (78) e Américas (77) alcançam pontuações médias semelhantes. As Américas alcançaram o índice de 71, relativo ao pilar de conectividade universal, e de 84 referente ao pilar da conectividade significativa.

As pontuações dos países para o pilar de conectividade universal variaram de 15 a 100 pontos, com uma pontuação média de 72 para as 164 economias incluídas no IDI 2025. As pontuações para o pilar de conectividade significativa variaram de 35 a 100 pontos, com uma média de 83.

É importante destacar que o IDI não captura todos os aspectos da estrutura da UMC, como penetração de banda larga fixa, velocidade da Internet, habilidades em TIC e segurança, o que implica que o quadro apresentado pelo IDI pode parecer mais positivo do que a realidade. Nesse contexto, as pontuações para o pilar de conectividade significativa poderiam ter sido diferentes se o IDI pudesse incluir outros indicadores importantes como a velocidade da Internet, a cobertura 5G, as habilidades digitais e a segurança online.

Os resultados de 2025 mostram avanços globais contínuos em conectividade, com quase todas as economias melhorando seu desempenho. Além disso, os dados mostram, ainda, uma forte correlação entre o desenvolvimento digital e o desenvolvimento econômico geral dos países.

De acordo com a Resolução 131 (PP-22/UIT)apenas as pontuações dos países são reportadas, sem o estabelecimento de uma classificação ou ranking. O objetivo é avaliar quão próximos os países e grupos de países estão de alcançar uma conectividade universal e significativa e quanto progresso eles fizeram. É importante destacar que a ausência de classificações ou ranking reflete o fato de que a conectividade não é uma competição entre países.

A avaliação contida na edição de 2025 foi feita com dados de 2023. Além disso, as lacunas nos dados oficiais de 2023 foram preenchidas com dados oficiais de 2022 ou, como último recurso, com estimativas para 2023.

Em resumo, o desenvolvimento digital continua a avançar globalmente, com os países em estágios iniciais de transformação digital apresentando melhorias mais rápidas. O desempenho do IDI permanece intimamente ligado aos níveis gerais de desenvolvimento e variações substanciais dentro das regiões demonstram que a geografia por si só não determina os resultados da conectividade.

A pontuação média global de 78 indica um progresso significativo em direção a uma conectividade universal e significativa.

Nos dois pilares do IDI, todos os grupos de renda e regiões apresentaram melhora, com ganhos maiores no pilar de conectividade significativa. Esses ganhos foram impulsionados principalmente por melhorias nos indicadores de tráfego e acessibilidade. De todos os indicadores, o tráfego móvel apresentou o maior progresso, enquanto o uso da internet e a posse de celular apresentaram as menores melhorias.

De acordo com o relatório da UIT, as economias de renda média e alta, onde o Brasil está localizado, precisam melhorar a penetração da banda larga móvel e o tráfego por acesso.

Embora os resultados gerais sejam animadores, o IDI continua sendo um panorama parcial da conectividade digital. Diversas dimensões críticas ainda não foram capturadas devido a lacunas de dados e às restrições impostas pela Resolução 131 (PP-22/UIT).

É importante destacar que em 2023, os membros dos Grupos de Especialistas em Indicadores de Telecomunicações/TICs (EGTI e EGH), da UIT, que tratam de indicadores do lado da oferta e da demanda, formaram um subgrupo conjunto sobre o IDI para revisar a metodologia que está válida pelo período de 4 anos (2023-2026). O subgrupo foi encarregado de revisar a metodologia e fornecer recomendações para subsidiar qualquer possível revisão da metodologia a ser implementada no novo ciclo (2027-2030).

Esta é a terceira edição do índice baseada na metodologia revisada pela UIT e adotada pelos Estados-Membros em 2023. O Relatório 2025 sobre o Índice de Desenvolvimento das TICs pode ser consultado no portal de UIT (Índice de Desenvolvimento de TIC 2025).



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