Colocam no colo de Trump os problemas que o nosso país está atravessando e, pior, os males ainda maiores que talvez venhamos a enfrentar; do outro lado estão aqueles que o aplaudem
Trump colocou o Brasil no centro do mundo. Todos os países acompanham com interesse o relacionamento conflituoso entre Brasil e Estados Unidos. Nunca na história das duas nações houve confrontos como esse que estamos presenciando. Com consequências imprevisíveis, há uma divisão entre as opiniões.
Trump como algoz
Alguns, normalmente os que se situam no espectro mais à esquerda em suas defesas ideológicas, o veem como “imperialista e ditador”, um algoz. Julgam que ele está interferindo na nossa soberania. Criticam de forma veemente a revogação de vistos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e de diretores da PF (Polícia Federal), incluindo nesse pacote os familiares mais próximos. Notícias oficiosas indicam que outros nomes de autoridades e auxiliares de governo também estariam na lista.
Na esteira dessas críticas, aproveitam para incluir Bolsonaro e seus familiares, pois julgam que todo esse litígio foi provocado por eles, principalmente o deputado licenciado Eduardo Bolsonaroque já há algum tempo perambula pelos corredores de Washington apresentando documentos com o que considera desmandos dos ministros, da PF e do Executivo.

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Fritador de hambúrgueres
No início, até foi ironizado pelos próprios ministros e pela grande imprensa. Chamavam-no de “bananinha”, “fritador de hambúrgueres” e outros adjetivos que o desqualificavam. Hoje, já o enxergam por outro prisma. Atribuem a ele competência para influenciar o governo americano na tomada dessas decisões. Não só. Abriram contra ele inquérito sobre suposta trama nos Estados Unidos em prejuízo de autoridades brasileiras.
Vale a pena lembrar que esse é o discurso da esquerda, dos governistas e de parte majoritária da imprensa. Certos conservadores, com receio das consequências das ações americanas contra o Brasil, também aderiram a essa censura. Colocam no colo de Trump os problemas que o nosso país está atravessando e, pior, os males ainda maiores que talvez venhamos a enfrentar.
Trump como salvador da pátria
Do outro lado estão aqueles que aplaudem Trunfo. Afirmam que chegamos a um estágio de perseguição política irreversível nos limites das nossas fronteiras. Julgam que, se os ministros agem por motivação política, tentando, por exemplo, tirar Jair Bolsonaro das eleições de 2026, não adianta fazer manifestações ou agir dentro da letra fria da Constituição, pois eles têm a última palavra.
Por isso, Trump, na visão dessas pessoas, seria a última esperança de recolocar o Brasil nos trilhos. Quando questionados a respeito das consequências nefastas para a economia do país, respondem que estão conscientes de todas essas mazelas e, repetindo o discurso de Eduardo Bolsonaro, alegam que não há outro caminho.
Terra arrasada
De acordo com essa visão, em um primeiro momento é preciso passar por sofrimentos, enfrentar uma situação de terra arrasada, para depois, retirados os obstáculos do caminho, surgir a oportunidade de reorganizar o país. Trump é, portanto, por essa análise, o salvador da pátria.
Independentemente do lado em que você esteja, há de concordar que não podemos destruir o Brasil. Essa é a nossa casa, lugar onde devemos nos sentir bem, esperançosos, confiantes E há que se considerar, de forma clara e objetiva, se não haverá meios mais inteligentes de resolver a questão.
Possíveis soluções
Quem busca solução diz que os ministros não poderão voltar atrás, pois assim seriam desmoralizados. Sabem também que Trump jamais retrocederá. Um dilema sem alternativa? Não há problema sem solução.
Sentarem-se à mesa para uma conversa, agora, ao menos, parece inviável, embora fosse o caminho mais sensato. Trump demonstra ser irredutível em seus pleitos. O que restaria fazer para salvar a nossa economia e vislumbrar um futuro melhor? Alguns especialistas, de posição mais isenta, afirmam que a saída deveria ser diplomática.
Uma porta de saída para o Judiciário
Sugerem que o Congresso entre em campo, sem a interferência do Judiciário. Que aprove, por exemplo, uma lei da anistia. Assim, atenderia boa parte das exigências de Trump e preservaria a reputação institucional. Afinal, se os parlamentares decidirem assim a partir de suas prerrogativas, o STF nada poderia fazer.
Há quem não aceite essa solução, mas acaba por ceder alegando: se ninguém der um passo atrás, como a questão poderá ser resolvida? Essas iniciativas poderiam ter efeitos em cascata, pois abririam a oportunidade de diálogos que, por mais difíceis que sejam, são a única forma de reconciliação. Como dizia Jânio Quadros: nas relações internacionais, não há amizades, há conveniências.
Alguém precisa dar o braço a torcer
Ou agem assim, ou continuam com esse confronto, que poderá jogar o Brasil na escuridão. É só pensar no que seria melhor para os brasileiros e caminhar nessa direção. Sem esses empecilhos que travam todas as ações, poderíamos voltar a nos preocupar com o que interessa: desenvolvimento econômico, comida na mesa das famílias, emprego para todo mundo e vida muito mais feliz. Trump cuidando da sua vida. E nós, da nossa. Siga pelo Instagram: @polito
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.