O Supremo Tribunal Federal iniciou a acareação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, réu na ação penal que investiga a suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, e o general Freire Gomes, que comandava o Exército e participa do processo como testemunha.
A audiência ocorre na sede da Corte e atende a uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Além do magistrado, o ministro Luiz Fux também acompanha de forma presencial.
Conduzida por Moraes, relator do caso, a acareação foi solicitada pela defesa de Torres. De acordo com a defesa do ex-ministro, há divergências relevantes entre os depoimentos dele e do general em pontos classificados como nevrálgicos da denúncia.
Além disso, os advogados de Torres avaliam que Freire Gomes apresentou versões conflitantes em seus depoimentos.
No ano passado, o general afirmou à Polícia Federal que o ex-ministro prestava suporte jurídico a Bolsonaro nos encontros que discutiram as ações golpistas. Disse também que a minuta golpista debatida pelo ex-presidente e comandantes militares era a mesma da que foi apreendida na residência de Torres, o que é contestado pela defesa do ex-auxiliar.
Em depoimento ao STF como testemunha de acusação no mês passado, Freire Gomes recuou e afirmou não ter certeza se minuta encontrada na casa de Torres era a mesma debatida nas reuniões.
Essa mudança de tom determinou o pedido dos advogados do ex-ministro de colocá-los frente à frente.