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Segurança na estrada: risco invisível na cabine

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Segurança na estrada é um dos principais desafios dos caminhoneiros. Afinal, o dia a dia na boleia não é nada fácil. Longas horas ao volante, pressão por prazos e pouco convívio social transformam a rotina dos caminhoneiros em um terreno propício para o surgimento de problemas emocionais. A avaliação é de Fernando Linhares, Diretor Operacional do Clube Mercosulque atua diretamente com soluções de saúde e bem-estar para motoristas profissionais.

Segundo Linhares, a solidão, o sono irregular, a má alimentação, o sedentarismo e a carga emocional das entregas afetam diretamente o equilíbrio psicológico. “É uma atividade extremamente solitária, sem estrutura adequada nas estradas. Isso contribui para o aumento de quadros de estresse, ansiedade e até depressão”, explica.

Além dos fatores emocionais, muitos motoristas recorrem ao uso de estimulantes como rebites, ou até mesmo bebidas alcóolicas, para se manterem acordados, cumprir prazos apertados ou até mesmo lidar com pressão do dia a dia. Para o diretor, esse comportamento acaba agravando ainda mais os impactos físicos e mentais da profissão.

Fernando aponta que os problemas mais frequentes observados entre os caminhoneiros são estresse crônico, transtornos de ansiedade, distúrbios do sono e depressão. “Esses quadros comprometem a atenção, os reflexos e a tomada de decisões no trânsito, o que impacta diretamente na segurança nas estradas.”

Para ele, o cuidado com a saúde mental também é um diferencial para a produtividade. “Um caminhoneiro equilibrado emocionalmente, que dorme e se alimenta bem, trabalha melhor. Ele toma decisões mais assertivas, tem mais resistência às jornadas e chega com mais pontualidade”, afirma.

O impacto da saúde mental na prevenção de acidentes é evidente. De acordo com o diretor do Clube Mercosul, estudos já indicam que cerca de 30% dos acidentes por falha humana têm relação com questões emocionais. “Reflexos lentos, impulsividade e desatenção são consequências diretas de problemas psicológicos não tratados.”

Para mudar esse cenário, ele defende que as transportadoras assumam um papel mais ativo. “Trata-se de gerenciar um dos principais riscos da operação. Empresas que cuidam da saúde emocional dos motoristas têm menos afastamentos, menos acidentes e mais produtividade”, reforça.

Apesar da importância do tema, o Brasil ainda não conta com uma legislação específica que obrigue as empresas a oferecerem suporte psicológico contínuo aos motoristas. No entanto, segundo Linhares, a NR-7 e a Lei do Motorista (13.103/2015) já tratam indiretamente da saúde do trabalhador e podem abranger aspectos emocionais.

Ainda assim, o diretor reconhece que muitas empresas não cumprem esse papel. “Boa parte do setor ainda enxerga esse cuidado como custo, e não como investimento. Mas já vemos alguns movimentos positivos de transportadoras e embarcadoras mais conscientes.”

É importante que os caminhoneiros entendam que investir na saúde mental significa promover maior segurança na estrada. “Cuidar da mente é sinal de força. Ninguém dirige bem com o coração apertado e a cabeça cheia. Procurar ajuda não é fraqueza — é uma atitude de coragem. Assim como o caminhão precisa de revisão e combustível, o corpo e a mente também precisam de cuidado para seguir viagem com segurança”, finalizou.

Segurança na estrada: saúde mental exige atenção aos sinais de alerta

É importante cuidar da saúde mental e ficar atento aos primeiros sinais pra garantir a segurança na estrada. A depressão, por exemplo é uma doença silenciosa e muitas vezes confundida com tristeza ou desânimo. Os caminhoneiros, por conta de todo o estresse vivido no dia a dia da profissão, somado ao fato de terem de lidar com a solidão são fortes candidatos a iniciarem um quadro de depressão.

Afinal, lidar com condições extremas de trabalho e de situações pessoais podem comprometer a saúde emocional de qualquer pessoa. Por isso é importante entender o que é a doença e ficar de olho aos primeiros sinais. De acordo com especialistas, ansiedade e estresse são as doenças que mais afetam os caminhoneiros e trazem graves problemas à saúde mental e ao bem-estar. Além disso, dados mostram que a depressão está entre as seis maiores causas de afastamentos dos caminhoneiros no INSS.

O desânimo, sensação de medo, de tristeza, insônia entre outros, provoca falta de atenção e, consequentemente, aumenta a chances de acidentes. Segundo a Associação Brasileira de Tráfego (ABRAMET), a presença de doenças orgânicas nos caminhoneiros é responsável por cerca de 12% dos acidentes de trânsito fatais, incluindo as doenças cardiovasculares e, inclusive, as doenças mentais, como a depressão.
Sinais de alerta (fazer um pequeno quadro)

  • Insônia
  • Desânimo e baixa autoestima
  • Perda de interesse em atividades que antes eram apreciadas
  • Mudança de apetite;
  • Ganho ou perda de peso;
  • Dormir em excesso;
  • Sentir-se sem esperança;
  • Sentir-se culpado;
  • Dificuldades para raciocinar, se concentrar ou tomar decisões;
  • Pensamentos de morte ou suicídio;
  • Irritabilidade, ansiedade e angústia;
  • Sentimentos de medo, insegurança, desespero, desamparo e vazio;
  • Interpretação distorcida e negativa da realidade;
  • Diminuição do desejo e do desempenho sexual;
  • Nervosismo
  • Má digestão
  • Dor de cabeça



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