UM deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) classificou como “reparação histórica” o voto da ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia que consolidou a maioria na primeira Turma do STF pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe d’etat. Em entrevista a VEJA, a parlamentar relembrou a agressão que sofreu de Bolsonaro em 2014, quando o então deputado declarou que não a estupraria porque ela “não merecia”. O episódio, que resultou em condenações judiciais contra o ex-presidente, foi mencionado pela deputada como um símbolo da violência política e de gênero que marcou a trajetória de Bolsonaro.
“O Brasil testemunhou naquele momento o desrespeito e a intolerância que sempre estiveram presentes na sua prática política. Ver agora a ministra Cármen Lúcia assegurar a maioria pela sua condenação é também um ato de justiça simbólica”, afirmou.
A parlamentar destacou ainda que o julgamento vai além da punição individual. “Não se trata de perseguir adversários, mas de afirmar que a democracia brasileira não tolera aventuras golpistas nem retrocessos institucionais”, disse.
Na avaliação de Maria do Rosário, a decisão terá impacto político e jurídico duradouro. “A mensagem do Supremo é clara: ninguém, absolutamente ninguém, pode se colocar acima da Constituição e das leis da República”, concluiu.
A Primeira Turma do STF condenou nesta quinta-feira, 11, Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a trama golpista, em 2022.