‘Quincas Borba e o Nosferatu’, de Edson Aran, mistura os universos de Machado de Assis e Bram Stocker em um romance digno de Sherlock Holmes
Imagine um Rio de Janeiro de 1869 em que Quincas Borba e seu assistente Brás Cubas investigam o aparecimento do conde Drácula e correm contra o tempo para salvar a impulsiva Capitu. Parece loucura, mas dá uma ótima história. Digo isso depois de ler o mais recente lançamento de Edson ARANAssim, ‘Quincas Borba e o Nosferatu ‘romance publicado pela editora Faria e Silva, selo do Grupo Editorial Alta Books, que reimagina personagens de Machado de Assis Nenhum universo de Bram Stoker. O autor foi indicado ao Prêmio Jabuti com Histórias Jamais Contadas da Literatura Brasileira.
Com toques de realismo e terror, o livro de 317 páginas é narrado sob diferentes perspectivas: pelo olhar do falecido Brás Cubas; pela visão do investigador filosófico Quincas Borba; pelos olhos ciumentos de Bento Gonçalves, o Bentinho; e pela ótica de Sancha Escobar – Além de matérias da época e cartas assinadas por Victor Frankenstein e Abraham Van Helsing. Apesar de tantas visões distintas, a narrativa é linear e não confunde o leitor, tratado aqui pelo feminino (o que é bem raro).
Ao longo das páginas, me senti em um livro de Sir Arthur Conan Doyle, acompanhando Sherlock Holmes e seu assistente, Dr. John Watson. Claramente, ARAN seguiu a cartilha dos principais nomes do terror e da investigação policial para construir sua obra, e ainda faz menções a outros clássicos do gênero, como Auguste Golfinhodetetive fictício criado por Edgar Allan Poe.

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Resumindo: Quincas Borba e o Nosfer é um prato cheio para fãs de suspense, terror e — claro — vampiros! É uma leitura divertida, que mostra o poder da literatura brasileira e como os personagens criados aqui têm muito a oferecer, seja em qual universo for. Vale a leitura!
Sobre o autor
Edson ARANde 62 anos, é escritor, jornalista e roteirista brasileiro. Autor do best-seller Conspirações – Tudo o que não querem que você saiba e da sátira cyberpunk Delacroix escapa das chamas, comandou, como jornalista, as principais revistas masculinas do país, incluindo Playboy e VIP. Desde 2013, dedica-se à escrita de roteiros para cinema e televisão.