13 de julho de 2025 — Um surto de intoxicação alimentar causado por rações contaminadas provocou a morte de ao menos 245 cavalos no Brasil. A informação foi confirmada neste domingo (13) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que conduz uma investigação desde o dia 26 de maio. Os casos foram registrados nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.
Em todas as propriedades afetadas, os cavalos que adoeceram consumiram rações da empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda.enquanto os animais que não ingeriram os produtos permaneceram saudáveis, mesmo em ambientes compartilhados. A contaminação foi identificada como um caso inéditosegundo o Mapa.
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Garanhão de R$ 12 milhões está entre os mortos
Um dos casos mais emblemáticos envolve o garanhão Quantum de Alcatéiaum dos animais mais valiosos da raça Mangalarga Marchador, avaliado em R$ 12 milhões. O cavalo vivia no haras Nova Alcateia, em Atalaia (AL), onde 69 animais morreram após consumir a ração da Nutratta.
Quantum apresentava sintomas graves antes de morrer. O Ministério confirmou que exames laboratoriais identificaram a presença de Alcalóides de pirolisidinasubstância tóxica chamada monocrotinaincompatível com a alimentação animal e proibida pela legislação.
Produção foi suspensa, mas Justiça liberou parte da fabricação
A investigação aponta que a contaminação ocorreu por falha no controle da matéria-prima, que apresentava resíduos de plantas do gênero Crotalariaresponsáveis pela geração da toxina. O Mapa determinou a suspensão cautelar da fabricação e comercialização de rações para equinosdepois estendida para outras espécies.
Mesmo assim, a empresa conseguiu na Justiça autorização para retomar parcialmente a produçãoexceto a linha destinada a equídeos. O Ministério recorreu da decisão, apresentando novas evidências técnicas para manter a suspensão total da atividade.
Nutratta se pronuncia em nota oficial
Em comunicado divulgado no dia 11 de julho, a Nutratta expressou solidariedade aos criadores e profissionais do setor equestrereforçando que colabora com a apuração dos fatos e revisou seus protocolos internos. A empresa afirmou que a ração destinada a bovinos segue sendo usada normalmente, sem intercorrências clínicas.
A empresa também declarou que aguarda os resultados oficiais das análises laboratoriais para se posicionar de forma definitiva e garantiu compromisso com a ética, transparência e segurança animal.
O Ministério da Agricultura reforçou que continuará monitorando o caso, intensificando a fiscalização e mantendo a sociedade informada com total transparência.
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