Prolixo na maioria de suas respostas durante o seu interrogatório no STF, o ex-assessor de assuntos internacionais do governo Bolsonaro Filipe Martins tirou a paciência do juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que afirmou que ele não era o interrogado ao ser questionado pelo bolsonarista.
Diante de inúmeros pedidos do juiz para que Martins fosse mais objetivo, o advogado Jeffrey Chiquini saiu em defesa do cliente. “A um injustiçado do tamanho de Filipe Martins, uma semana falando não seria muito”.
Martins é um dos réus do núcleo 2 da ação penal que investiga a trama golpista que pretendia manter o ex-presidente Jair Bolsonaro na presidência mesmo após a derrota nas urnas em 2022.
O auxiliar de Moraes respondeu que eles não teriam disponibilidade para uma semana de interrogatórios. “Se necessário for, ficaremos um mês fazendo a defesa”, contestou Chiquini.
Martins, então, passou a questionar a celeridade do processo e indagou se cabia a PGR discorrer sobre democracia na denúncia,
“Isso não compete a mim”, respondeu o juiz auxiliar. “Mas a minha palavra compete ao senhor? O que eu posso e o que eu não posso falar cabe ao senhor?”, rebateu Martins.
Tamai perdeu a paciência e disse que não é ele que está ali para responder perguntas. “O interrogado não sou eu. O interrogado é o senhor”.