Por que o Aliyev do Azerbaijão agora está criticando Moscou

Por que o Aliyev do Azerbaijão agora está criticando Moscou

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O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, entregou uma das declarações anti-russas mais fortes já ouvidas de Baku, descrevendo a entrada de seu país na União Soviética em 1920 como nada menos que uma “invasão e ocupação russa”. Seus comentários em 26 de agosto em uma entrevista na TV saudita Não apenas desafiam a narrativa histórica de Moscou, mas também ressoa fortemente com a própria luta da Ucrânia contra o imperialismo russo hoje.

Reescrevendo a história, rejeitando a narrativa de Moscou

Durante décadas, a Rússia procurou retratar a expansão da União Soviética como um processo de “união voluntária”. A declaração de Aliyev derruba a fachada, ressaltando que a República Democrática do Azerbaijão – independente por apenas dois anos – foi esmagada pelas tropas bolcheviques. Ao enquadrar este evento como “ocupação”, Aliyev coloca o Azerbaijão na mesma categoria histórica que a Ucrânia e os Estados Báltica, todos os quais viram sua soberania roubada pela construção do Império de Moscou.

Essa reformulação não é apenas uma revisão histórica – são mensagens políticas. Baku está sinalizando que vê paralelos entre seu próprio passado e o ataque atual do Kremlin à Ucrânia.

A queda do plano azal – um ponto de ruptura

As palavras mais nítidas de Aliyev, no entanto, foram reservadas para o manuseio de Moscou da queda de uma aeronave civil do Azerbaijão perto de Aktau. Ele expressou “grande decepção” com o silêncio da Rússia e acusou suas autoridades de investigadores deliberadamente enganosos.

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Segundo Aliyev, os aeroportos russos emitem rotineiramente um sinal de alerta durante ataques de drones, alertando todas as aeronaves para voltar. Duas semanas antes do acidente, um voo do Azerbaijão recebeu esse sinal e retornou com segurança. Mas durante o incidente fatal, nenhum aviso foi emitido até que o avião já tivesse sido atingido.

“O avião foi disparado duas vezes”, disse Aliyev, acrescentando que apenas o profissionalismo dos pilotos permitia que a aeronave pousasse com segurança no Cazaquistão e não na Rússia.

A implicação é clara: Baku não vê isso como um acidente infeliz, mas como um ato politicamente carregado – e pelo qual a Rússia se recusa a assumir a responsabilidade.

Assassinatos de azerbaijanos na Rússia

Aliyev também condenou o que chamou de “ataques desmotivados” aos azerbaijanos na Rússia. Dois homens teriam sido torturados e mortos, com autoridades russas mais tarde alegando que haviam morrido de ataque cardíaco. “Mesmo se eles cometeram um crime há 20 anos, eles ainda são pessoas”, disse Aliyev. “Esse foi um ato sem precedentes contra o nosso povo.”

Aqui também, Aliyev, em uma entrevista ao canal de TV da Al Arabiya, na Arabiya, acusou Moscou de Stonewalling, enquanto enfatiza que o Azerbaijão responde apenas “construtivo e legalmente”, mas nunca tolerará agressão ou desrespeito.

As palavras de Aliyev carregam várias camadas de significado: para seu público doméstico, ele se posiciona como um líder sem medo de desafiar a Rússia e proteger a dignidade nacional. Para Moscou, ele envia um aviso de que o Azerbaijão não aceitará humilhação.

As declarações de Aliyev são importantes muito além do sul do Cáucaso. Ao condenar abertamente as ações russas – passado e presente – o presidente do Azerbaijão reforça a narrativa global de que a Rússia é um estado agressor, que esconde sua violência por trás de mentiras e silêncio.

Para a Ucrânia, esse alinhamento é estrategicamente importante: mostra que os vizinhos de Moscou estão cada vez mais sem vontade de permanecer em silêncio, mesmo aqueles como o Azerbaijão, que devem equilibrar as relações delicadas com o Kremlin.

A retórica de Aliyev sinaliza uma recalibração da política externa do Azerbaijão. A era da deferência silenciosa está terminando. O que surge é uma postura de resistência cautelosa, mas firme.

Na geopolítica volátil do sul do Cáucaso, isso poderia anunciar um novo capítulo nas relações russo-azerbaijão: menos dependência, mais atrito e uma ressonância mais forte com a narrativa de resistir à agressão russa.

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