Alvos são suspeitos de participar de uma organização criminosa que promove jogos de azar não legalizados e faz também lavagem de dinheiro; saiba quem são
Operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro desencadeada nesta quinta-feira (7) mira 15 influenciadores digitais que promovem plataformas ilegais na internet, como o Jogo do Tigrinho. As investigações apontam que os envolvidos somam movimentações bancárias suspeitas no valor de até R$ 4 bilhões. A operação foi batizada de Desfortuna e, além do Rio de Janeiro, cumpre mandados em São Paulo e Minas Gerais. Os alvos são suspeitos de participar de uma organização criminosa que promove jogos de azar não legalizados e faz também lavagem de dinheiro. Os investigadores da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) identificaram que os 15 influenciadores fazem publicações nas redes sociais em que incentivam os jogos ilegais, fazem promessas enganosas de lucro fácil e ostentam vida de luxo, com carros de alto padrão, viagens internacionais e imóveis caros.
Para a polícia, são “sinais claros de enriquecimento incompatível com a renda declarada pelos influenciadores”. A delegacia aponta ainda que, além do segmento da organização criminosa, que atua na promoção dos cassinos online, a quadrilha tem ramificações como operadores financeiros e empresas de fachadas, utilizadas para ocultar a origem ilícita de dinheiro. Os dados de movimentação bancárias suspeitas foram obtidos por meio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão ligado ao Banco Central e que produz informações que permitem identificar crimes como lavagem de dinheiro.
Quem são os influenciadores suspeitos de movimentar R$ 4 bilhões com jogo do Tigrinho
Anna Beatriz Miranda, a Bia Miranda, tem 6,2 milhões de seguidores apenas em dois perfis no Instagram. Ela se apresenta como figura pública e se define como ‘boladona não, posturada!”. A modelo carioca ficou conhecida por ter ficado em segundo lugar no reality show A Fazenda, da Record. Samuel Sant’Anna da Costa, o Gato Preto, compartilhou em rede social o momento em que foi preso pela polícia nesta quinta. Conforme a publicação, um policial manda ele colocar as mãos na parede e pergunta se ele está com arma. “Temos um mandado de prisão, você está preso, entendeu. Vai até a delegacia conversar com o delegado”, diz um policial. Em vídeos, ele ostenta carros de luxo.
Maurício Martins Junior, o Maumau, é influenciador digital e humorista conhecido como “príncipe da ousadia”. Sua página no Instagram é seguida por 3,4 milhões de pessoas. Ele é dono da empresa especializada em eventos, Maumauzk. O influenciador se tornou conhecido após postar um vídeo sobre sua experiência como gari em Osasco, na Grande São Paulo. Paola de Ataíde Rodrigues, a Paola Ataíde, se apresenta como criadora de conteúdo digital. Ela dá dicas de bem estar e autocuidado. Somadas, suas páginas têm quase 6 milhões de seguidores
Irmã de Paola, Paullina Attaide, com mais de 4 milhões de seguidores, se diz criadora de conteúdo digital. “Gravo minha vida divertida (às vezes louca), enquanto cuido de mim e da @lauraataide (filha)”, diz, na apresentação. Rafael da Rocha Buarque, o Dj Buarque, é ex de Bia Miranda, com quem teve um filho. Ele é conhecido por compor e apresentar músicas de funk.
Lavagem de dinheiro e organização criminosa
De acordo com a polícia do Rio, os influenciadores usavam as redes sociais com milhões de seguidores para promover jogos de azar e cassinos online, entre eles o “jogo do tigrinho”. A operação investiga também fintechs ligadas aos influenciadores. A investigação da Operação Desfortuna apontou indícios de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo a apuração, os influenciadores digitais usam as redes sociais para incentivar o jogo, com promessas enganosas de lucros fáceis, com o intuito de atrair seguidores para estas plataformas de apostas, que são proibidas no país.
Conforme a polícia, foram identificados sinais claros de enriquecimento incompatível com a renda declaradas pelos influenciadores. A investigação aponta que eles ostentam nas redes sociais estilos de vida luxuosos, com viagens internacionais, carros de luxo e imóveis de alto padrão. Relatórios de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelaram movimentações bancárias suspeitas que ultrapassem a soma de R$ 4 bilhões.

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Além da promoção de jogos ilegais, os influenciadores investigados são suspeitos de integrar uma organização criminosa estruturada, com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada. A estrutura seria usada para ocultar a origem ilícita dos recursos, caracterizando lavagem de dinheiro. Foram identificadas conexões entre alguns envolvidos e suspeitos de ligação com o crime organizado. Na casa de Maumau, em Arujá, na Grande São Paulo, foi encontrada uma arma – o influenciador foi preso e levado para a delegacia da Polícia Civil.
*Com informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo
Publicado por Fernando Dias