O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), fez duras críticas à política fiscal do Governo Federal. Segundo ele, o setor agropecuário está sendo penalizado por medidas que aumentam o custo de produção e diminuem a competitividade do Brasil no mercado global.
“O motivo dos juros altos está explícito”
Rebatendo declarações do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Lupion afirmou que a causa dos juros elevados não é um mistério e está clara nas atas do Comitê de Política Monetária (Copom).
“O motivo dos juros altos está explícito: inflação persistente, expectativas desancoradas, atividade econômica resiliente e descontrole fiscal. O aumento dos gastos acima do teto força uma política monetária mais restritiva”, declarou Lupion.
Para o deputado, esse ciclo de desequilíbrio pressiona o custo de produção, encarece os preços dos alimentos e penaliza tanto produtores quanto consumidores.
Crédito em risco e Plano Safra insuficiente
Um dos alvos da crítica foi a tributação de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que, segundo Lupion, financiavam 43% do crédito rural da última safra. “Essa tributação compromete a segurança financeira dos produtores e afasta investidores”, afirmou.
Ele também considerou insuficiente o valor destinado à equalização de juros no Plano Safra 2025/2026.
“O custo será de R$ 13,5 bilhões17,5% menor que o da safra anterior. Com os juros anunciados, os produtores não buscarão crédito para investimentos”, avaliou.
Reflexo disso, segundo ele, é que o montante para investimentos no novo plano caiu 5,41%enquanto o de custeio cresceu apenas 3,34%.
A polêmica das renúncias fiscais
Lupion também contestou os números de renúncias fiscais atribuídos ao agronegócio, afirmando que a conta do governo inclui itens da cesta básica, que são uma política social, não agrícola.
“Renúncia fiscal não é patrocínio, é compensação. Os insumos agropecuários representam R$ 68,92 bilhões e são essenciais para manter a competitividade”, defendeu.
O que a FPA propõe?
Para reduzir os gastos públicos, a FPA apresentou propostas como:
- Redução do número de ministérios de 31 para 19;
- Transferência da gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o Ministério da Agricultura;
- Combate aos supersalários e reestruturação de imóveis públicos.
*Com informações Times Brasil