20 de agosto de 2025 — A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação a autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ação penal do golpe de Estado. A investigação aponta que ambos atuaram para obstruir o processo, inclusive com articulações junto ao ex-presidente norte-americano Donald Trump.
De acordo com relatório entregue ao STF, a PF concluiu que Jair e Eduardo Bolsonaro tentaram abalar diretamente as instituições democráticas brasileirascomo o Congresso Nacional e o STF, configurando crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Mensagens recuperadas de celulares apreendidos indicam que Jair Bolsonaro produziu e propagou conteúdos nas redes sociais em afronta às medidas cautelares impostas. Já Eduardo Bolsonaro, atualmente licenciado do mandato e morando nos EUA, atuava em articulação internacional, inclusive pressionando por meio do governo Trump contra o processo em andamento.
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Silas Malafaia é alvo de mandado de busca e apreensão
Ainda nesta quarta, a PF cumpriu mandados de busca contra o pastor Silas Malafaiaque teria participado de tentativas de coação a autoridades. Embora não tenha sido indiciado, foram apreendidos celulares e conversas entre ele, Jair e Eduardo Bolsonaro, reforçando suspeitas de articulações para intimidar o STF.
Entre os diálogos, Malafaia teria orientado Jair Bolsonaro a disparar vídeos nas redes sociais com mensagens de mobilização política. Segundo a PF, o material evidenciava tentativa organizada de obstruir as investigações sobre a trama golpista.
Situação jurídica de Jair Bolsonaro
Atualmente, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, justamente por suspeitas de coação às autoridades. Paralelamente, Bolsonaro já é réu no processo por tentativa de golpe de Estadocujo julgamento está marcado para o dia 2 de setembro.
A investigação também revelou que Bolsonaro chegou a elaborar um pedido de asilo político na Argentinaem rascunho de documento encontrado pela PF. O texto, destinado ao presidente argentino Javier Milei, alegava perseguição política e solicitava urgência na concessão do asilo.
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