PF aponta que deputado Júnior Mano exercia ‘papel central’ em suposto esquema de manipulação eleitoral

PF aponta que deputado Júnior Mano exercia ‘papel central’ em suposto esquema de manipulação eleitoral

Artigo Policial

Investigado por fraudes em licitações e desvio de recursos públicos, parlamentar cearense teve bens bloqueados e é acusado de compra de votos com dinheiro de emendas

Bruno Spada/Câmara dos DeputadosJúnior Mano está no segundo mandato na Câmara dos Deputados

O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) é apontado pela Polícia Federal como figura central em um esquema de manipulação de pleitos eleitorais e desvio de recursos públicos. O parlamentar foi um dos alvos da operação deflagrada nesta terça-feira (8) com autorização do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com relatório obtido pelo R7, a PF afirma que o deputado atuava diretamente na compra de votos e no direcionamento de verbas públicas, supostamente desviadas de empresas contratadas por prefeituras cearenses com recursos de emendas parlamentares. A investigação, que tramita sob sigilo no STF, apura fraudes em licitações, uso irregular de dinheiro público e possível associação criminosa para controle de contratos com prefeituras beneficiadas por recursos federais. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável às diligências.

Além das buscas em endereços ligados ao parlamentar e outros investigados, o ministro Gilmar Mendes também determinou o bloqueio de até R$ 54 milhões em bens e ativos financeiros, além do acesso a dados telemáticos extraídos de celulares apreendidos.

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Histórico político e defesa

Júnior Mano está no segundo mandato na Câmara dos Deputados. Nas eleições de 2022, foi eleito pelo PL como o segundo mais votado no Ceará, com 216.531 votos, ficando atrás apenas de André Fernandes (PL). Em nota à imprensa, a assessoria do deputado afirmou que ele “não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”. A defesa sustenta ainda que, como parlamentar, ele não exerce funções executivas em prefeituras nem integra comissões de licitação.

Apesar da negativa, a Polícia Federal sustenta que há indícios robustos da atuação do deputado no desvio de verbas e influência em eleições, o que motivou a deflagração da operação e o bloqueio judicial de seus bens. A investigação segue em sigilo, e os próximos passos dependem da análise do material apreendido e da oitiva dos envolvidos.



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