Petrobras anuncia retorno ao mercado de distribuição de gás de cozinha após seis anos

Petrobras anuncia retorno ao mercado de distribuição de gás de cozinha após seis anos

Artigo Policial

Movimento acontece em um contexto de preocupação do governo federal com o preço do GLP, o que levou o Planalto a desenvolver o programa ‘Gás para Todos’

Marcello Casal jr/Agência BrasilEstatal não detalhou se a operação incluirá a venda direta de botijões para o consumidor final

O conselho de administração da Petrobras aprovou o retorno da estatal ao setor de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha. A decisão marca a reentrada da companhia no segmento seis anos após a venda da Liquigás, concluída em 2020, quando a operação foi transferida para um consórcio privado formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás, por R$ 4 bilhões.

Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a volta ocorrerá inicialmente com foco na distribuição de GLP, integração com outros negócios no Brasil e no exterior e oferta de soluções de baixo carbono. A estatal não detalhou se a operação incluirá a venda direta de botijões para o consumidor final.

O movimento acontece em um contexto de preocupação do governo federal com o preço do gás de cozinha. Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a diferença entre o valor cobrado pela Petrobras, cerca de R$ 37, e o preço final pago por famílias em algumas regiões, que pode chegar a R$ 140. O governo pretende lançar o programa “Gás para Todos”, para distribuir gratuitamente botijões a famílias de baixa renda.

A Petrobras já teve forte presença no setor por meio da Liquigás, que operava em todos os estados, com 23 centros de distribuição e cerca de 4,8 mil revendedores autorizados, detendo 21,4% do mercado nacional. Apesar do retorno à distribuição de gás, a estatal não voltará, por ora, ao mercado de combustíveis líquidos nos postos. Pelo contrato de venda da BR Distribuidora para a Vibra Energia, firmado em 2019 por R$ 9,6 bilhões, a Petrobras não pode concorrer nesse segmento até 2029, período em que a compradora mantém o direito de uso da marca BR.

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A decisão dividiu opiniões. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) comemorou a medida, classificando-a como uma vitória dos trabalhadores e defendendo que reduções de preços nas refinarias não têm sido repassadas integralmente ao consumidor. Já analistas de mercado apontaram preocupações com margens apertadas no setor e possível pressão sobre a alocação de capital da companhia. O anúncio ocorreu no mesmo dia em que a Petrobras divulgou seu balanço do segundo trimestre de 2025. A empresa registrou lucro líquido de R$ 26,7 bilhões, queda de 24,3% em relação ao trimestre anterior, e anunciou R$ 8,66 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.

Publicado por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA



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