29 de julho de 2025 — Pescadores e catadores de caranguejo retiraram mais de 46 toneladas de resíduos das baías de Guanabara e de Sepetiba, no Rio de Janeiro, entre junho de 2024 e julho de 2025. A ação faz parte da Operação LimpaOcaliderada pela ONG Guardiões do Mar em parceria com a Transpetro, dentro do Projeto Do Mangue ao Mar.
Até agora, a limpeza abrangeu 13 hectares — quatro na Baía de Guanabara e nove em Sepetiba — e continuará até setembro deste ano.
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“Ilha de Lixo” concentra resíduos na Baía de Guanabara
Na Baía de Guanabara, o foco está na chamada “Ilha de Lixo”, localizada a cerca de 20 quilômetros dos manguezais da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim. O local concentra resíduos como plásticos, pneus e sofás. Foram retirados 42.886 quilos de lixo com o envolvimento de 84 pescadores e catadores das comunidades de Saracuruna (Duque de Caxias), Suruí e Guia de Pacobaíba (Magé).
Já na Baía de Sepetiba, na Ilha da Madeira, foram retirados 3.177 quilos de resíduoscom a participação de 21 caiçaras.
Projeto garante renda no período do defeso
Além de contribuir para a conservação ambiental, a operação oferece renda extra durante o período do defeso do caranguejo-uçá (outubro a dezembro), quando é proibida a captura do crustáceo. Os participantes recebem uma bolsa-auxílio financiada pela Transpetro.
Segundo Rodrigo Gaião, gerente operacional do projeto, a limpeza fortalece os serviços ecossistêmicos dos manguezais e impulsiona a sociobiodiversidade e a economia das comunidades envolvidas.
Plásticos lideram ranking de resíduos retirados
Os principais resíduos encontrados foram:
- Plásticos: 38.347 kg
- Produtos têxteis: 3.277 kg
- Borracha: 1,977 kg
- Vidro: 1,264 kg
- Madeira: 662 kg
- Material de pesca: 21 kg
- Metal: 4 kg
Ações contínuas desde 2001
A ideia da limpeza surgiu em 2001, por iniciativa do catador Adílio Campos, da Ilha de Itaoca, e se tornou uma ação permanente da ONG. Pedro Belga, presidente da Guardiões do Mar, destacou que a retirada de materiais cortantes aumenta a segurança dos trabalhadores nos manguezais.
Alaido Malafaia, da Cooperativa Manguezal Fluminense, e Rafael dos Santos, presidente da ACCAM, reforçam que o projeto não só protege o ecossistema, mas também valoriza o turismo de base comunitária e o respeito ao meio ambiente.
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