Parlamento Europeu aplaude ideia de suspender acordo com Israel, mas não fala em genocídio

Parlamento Europeu aplaude ideia de suspender acordo com Israel, mas não fala em genocídio

Artigo Policial

Duas referências a que a fome em Gaza é ‘provocada’ e outra a que alguns ministros israelenses, para os quais pedem sanções europeias, ‘reivindicam abertamente ações genocidas’, foram removidas da proposta

EFE/EPA/ROOVED EDUCAÇÃOESTRASBURGO (França), 09/10/2025.- A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, discursa no debate sobre o ‘Estado da União’ no Parlamento Europeu em Estrasburgo, França, em 10 de setembro de 2025. A atual sessão plenária acontece de 08 a 11 de setembro de 2025. (França, Estrasburgo) EFE/EPA/RONALD WITTEK

O Parlamento Europeu respaldou nesta quinta-feira a proposta de Bruxelas para suspender parcialmente o acordo de associação entre a União Europeia (UE) e Israel e frear a ajuda bilateral comunitária a este país, embora não tenha conseguido um consenso para se referir ao cerco israelense na Faixa de Gaza como um genocídio, apesar da tentativa das forças progressistas. O texto, não vinculante, foi aprovado com 305 votos a favor, 151 contra e 122 abstenções.

O amplo apoio da Eurocâmara ao texto chega depois de quase três dias de negociações contínuas nos quais o Partido Popular Europeu (PPE) chegou a se desvincular do texto para o qual seu negociador, Antonio López Istúriz, havia contribuído junto a seus homólogos dos social-democratas, verdes e da esquerda.

No entanto, a situação mudou após as falas da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyenno Discurso do Estado da União Europeia, onde a alemã propôs suspender parcialmente o acordo de associação, sancionar os ministros israelenses extremistas e os colonos violentos e frear a ajuda bilateral a Israel.

Fontes populares assinalaram que a bancada do partido, incluindo a própria CDU alemã, não estava ciente do que Von der Leyen ia anunciar e foi somente após o discurso que se decidiu voltar à mesa de negociação para que a linha do PPE na Eurocâmara não divergisse em excesso da que a presidente da Comissão Europeia acabava de apresentar. Das mais de 50 emendas apresentadas inicialmente, boa parte foi retirada durante a manhã e outras, como as que continham as referências ao genocídio, foram rejeitadas.

O PPE conseguiu aprovar algumas emendas para reduzir a ambição da resolução, eliminando, por exemplo, a menção à “contínua escalada da guerra em Gaza ocasionada pelas operações militares israelenses” para substituí-la por “as contínuas operações militares na Faixa de Gaza”, que não menciona especificamente Israel.

Além disso, eliminou duas referências a que a fome em Gaza é “provocada” e outra a que alguns ministros israelenses, para os quais pedem sanções europeias, “reivindicam abertamente ações genocidas”. Finalmente, o genocídio fica mencionado unicamente em uma exposição de fatos sobre o caso apresentado pela África do Sul perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a aplicação da Convenção para a Prevenção e a Punição do Crime de Genocídio na Faixa de Gaza.

No texto pactuado, os eurodeputados expressam sua preocupação com “a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza”, instam a proteger e assegurar a distribuição de ajuda humanitária, pedem um cessar-fogo permanente e imediato e exigem a libertação de todos os reféns ao mesmo tempo em que condenam os crimes do Hamas contra Israel.

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A extensa resolução é a primeira sobre a situação em Gaza em mais de um ano de legislatura.

*Com informações da EFE
Publicado por Fernando Dias



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