Oposição acusa Moraes de criar ‘armadilha jurídica’ contra Bolsonaro

Oposição acusa Moraes de criar ‘armadilha jurídica’ contra Bolsonaro

Artigo Policial

Senador Rogério Marinho critica decisão do STF que manteve restrições ao ex-presidente e afirma que liberdade de expressão virou ‘censura disfarçada de cautelar’

WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDOEm resposta à defesa de Bolsonaro, Alexandre de Moraes afirmou que o ex-presidente descumpriu medida cautelar de forma isolada

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), fez duras críticas nesta quinta-feira (24) à decisão do ministro Alexandre de Moraesdo Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas sem decretar sua prisão preventiva.

Em nota, Marinho classificou a decisão como uma “armadilha jurídica” e acusou o magistrado de censura prévia. O senador afirmou que, embora Bolsonaro tenha sido autorizado a conceder entrevistas, o risco de ser punido caso o conteúdo seja compartilhado por terceiros nas redes sociais configura violação à liberdade de expressão.

“Entendi que a liberação para entrevistas fosse um gesto de equilíbrio, mas o que vimos foi o oposto: uma armadilha jurídica. Jair Bolsonaro pode falar, mas se terceiros — inclusive jornalistas ou cidadãos comuns — divulgarem o conteúdo em redes sociais, a prisão é autorizada. Isso não é justiça. É censura prévia travestida de cautelar”, disse Marinho.

Segundo o parlamentar, o ministro atua com “o fígado” e estaria promovendo a “morte civil” de Bolsonaro ao cercear sua liberdade sem julgamento formal: “A subtração da sua presunção de inocência, sem julgamento, sem contraditório, sem proporcionalidade, fere o Estado de Direito.”

Marinho ainda alertou que todos os cidadãos e meios de comunicação passam a viver sob “a espada da subjetividade” de Moraes, a quem acusou de agir sem respaldo legal: “Isso não é combate à desinformação — é autoritarismo em toga. O Supremo não pode ser o censor da República. E liberdade de expressão não pode depender do temperamento mercurial de um ministro.”

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Moraes nega censura e alerta sobre subterfúgios

Mais cedo, em resposta à defesa de Bolsonaro, Alexandre de Moraes afirmou que o ex-presidente descumpriu medida cautelar de forma isolada, ao exibir e criticar a tornozeleira eletrônica durante entrevista na Câmara dos Deputados, no último dia 21. Moraes reforçou que Bolsonaro não está proibido de falar em público, desde que respeite os horários de restrição — das 19h às 6h, além de reclusão integral nos finais de semana — e não utilize redes sociais, nem diretamente, nem por terceiros.

“A medida cautelar deixa claro que não será admitida a utilização de subterfúgios para manter a prática de atividades criminosas, com uso de entrevistas como material pré-fabricado para postagens coordenadas por terceiros”, afirmou o ministro. De acordo com Moraes, as redes sociais do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram utilizadas recentemente para veicular mensagens em apoio ao pai, em descumprimento às restrições impostas.

Bolsonaro também está proibido de se comunicar com o filho e com outros réus envolvidos no inquérito sobre tentativa de golpe de Estado. A defesa do ex-presidente aguarda novo posicionamento do STF sobre a possibilidade de conceder entrevistas.



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