Agentes federais prenderam 70 migrantes no fim de semana durante uma operação em uma boate na Carolina do Sul que, segundo autoridades, é administrada por um suposto membro de um cartel mexicano. A operação das 3h, apelidada de “Operação Última Resistência”, ocorreu no domingo no Alamo, descrito como uma boate clandestina e ilegal em Summerville. Summerville fica a cerca de 40 quilômetros de Charleston.
A ABC News 4 informou que cerca de 200 agentes federais, estaduais e locais foram até a boate e prenderam 80 pessoas, a grande maioria delas ilegalmente nos EUA. As autoridades também recuperaram drogas, armas e dinheiro no local. Um comunicado à imprensa do Departamento de Segurança Interna informou que seis menores foram detidos, mas as autoridades alteraram esse número para 10 em uma coletiva de imprensa na segunda-feira . Acredita-se que alguns dos adolescentes detidos sejam vítimas de tráfico de pessoas.
O mais novo dos adolescentes tem 13 anos, e um deles já havia sido dado como desaparecido. Os serviços sociais estaduais estão prestando assistência onde necessário. O Post and Courier informou que a investigação sobre o Álamo começou em novembro, após reclamações de barulho, e progrediu a partir daí. Autoridades do DHS disseram que a operação em si foi baseada em uma denúncia de que a boate estava sendo usada para tráfico, bem como para esconder armas e drogas. O clube, que foi fechado permanentemente pelas autoridades do condado, era supostamente administrado por um suposto membro do cartel Los Zetas. Los Zetas, agora formalmente reconhecido como Cártel del Noreste, foi designado como organização terrorista em fevereiro pelo governo Trump.
As autoridades identificaram o proprietário do Álamo como Benjamin Reyna-Flores. Reyna-Flores, de 59 anos, foi acusado até o momento de crimes relacionados ao álcool, de acordo com os registros da prisão do Condado de Charleston . Ele também está detido pelo ICE. Cardell Morant, agente especial responsável pelas Investigações de Segurança Interna, disse na segunda-feira que a operação ocorreu quando mais de 200 pessoas se reuniram no clube para uma “festa pós-cartel”. Um total de 116 mandados de prisão previamente registrados foram cumpridos contra as 80 pessoas presas. Cinco dos presos tinham mandados criminais, incluindo Sergio Joel Galo-Baca. Segundo autoridades do DHS , o fugitivo hondurenho era procurado pela Interpol por um mandado de homicídio em seu país de origem. “Esta operação não foi apenas para impor a lei da imigração, foi para restaurar a ordem”, disse Morant na entrevista coletiva .
O xerife do condado de Charleston, Carl Ritchie, disse que dois dos presos eram “membros de alto escalão do cartel” com ligações com Los Zetas e o cartel venezuelano Tren de Aragua. Segundo o Post and Courier , já havia problemas se formando no Álamo muito antes da operação de domingo . A ex-xerife Kristin Graziano disse ao jornal que o departamento estava ciente dos problemas desde que ela assumiu o cargo. “Esta investigação sobre a boate começou muito antes do Ritchie”, disse Graziano. “Levou anos para ser elaborada.” Sua antiga localização em Hanahan foi fechada em 2016, dois anos após sua inauguração, com base em quase 50 relatos de urinar em público, drogas, prisões por dirigir alcoolizado e agressões, informou o jornal. As reclamações de ruído que levaram à atual investigação em andamento datam de pelo menos 2022.
