O ministro da Fazenda, Fernando Haddadafirma que a Operação Carbono Oculto representa uma inovação no enfrentamento ao crime organizado no Brasil. Em entrevista ao “Canal Livre”, da Bandaque vai ao ar neste domingo (31), Haddad disse que o esquema alcançou o mercado financeiro, mas não o tradicional. “Quando a gente fala de Faria Lima, não estou falando do mercado financeiro tradicional. Estou falando de gente que ganhou tanto dinheiro que começou a alugar andares dos prédios mais chiques da cidade”, afirmou.
Haddad ressaltou que as cifras em jogo são expressivas e tendem a crescer conforme as apurações avancem. “Não tenho dúvidas de que com o aprofundamento das investigações, a operação chegaria a centenas de bilhões de reais lavados pelo crime organizado”, disse. Apenas em São Paulolembrou, já foram identificados R$ 52 bilhões movimentados. “Para chegar a 100, 200, 300 (bilhões). . não precisa de muita coisa”, completou.
Em outro trecho divulgado pela Bandao ministro falou sobre os impactos da repercussão negativa da tentativa da Receita Federal de monitorar movimentações via Pix. Segundo Haddad, o vídeo divulgado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que contabiliza dezenas de milhões de visualizações, prejudicou as investigações a partir de informações falsas. “Penso que aquela fake news tinha o propósito de criar polêmica, ganhar visibilidade, lacrar”, avaliou ao considerar que a atitude não tenha tido como objetivo favorecer organizações criminosas. O ministro explicou que, diante da repercussão, os auditores foram obrigados a realizar parte da fiscalização manualmente.
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
Carbono escondido
Deflagrada pela Receita Federal em parceria com o Ministério da Justiça, a Polícia Federal, o Ministério Público e órgãos estaduais, a Operação Carbono Oculto é considerada a maior já realizada no país contra organizações criminosas na economia formal. O alvo foi um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis, que utilizava fintechs, fundos de investimento e redes de postos para lavar dinheiro e ocultar patrimônio.
As apurações mostram que uma fintech que atuava como banco paralelo movimentou R$ 46 bilhões em cinco anos. Também parte do esquema, cerca de 40 fundos foram usados para proteger ativos ilícitos estimados em R$ 30 bilhões.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Nícolas Robert