ONU corrige informação de que 14 mil bebês morreriam em Gaza em 48 horas por fome

ONU corrige informação de que 14 mil bebês morreriam em Gaza em 48 horas por fome

Artigo Policial

Casos de desnutrição aguda grave entre crianças de 6 a 59 meses referem-se a uma estimativa para o período entre abril de 2025 e março de 2026 — ou seja, ao longo de 12 meses

MOHAMMED SABER/EFE/EPAPalestinos deslocados internamente fogem da área com seus pertences após um ataque aéreo israelense a oeste da Cidade de Gaza

Uma declaração feita por um representante da Organização das Nações Unidas (Ele) sobre a crise humanitária em Gaza gerou confusão e foi posteriormente corrigida. O número de 14 mil bebês supostamente à beira da morte por desnutrição em até 48 horas não corresponde aos dados reais do relatório citado. A afirmação foi feita por Tom Fletcher, diretor de ajuda humanitária da ONU, durante uma entrevista à BBC na segunda-feira (20). Ele disse que “14 mil bebês morrerão nas próximas 48 horas, a menos que consigamos alcançá-los”, referindo-se à urgência no envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

No entanto, ao ser questionado, Fletcher não apresentou evidências concretas para justificar esse número. Mais tarde, a própria BBC buscou esclarecimentos com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), chefiado por Fletcher. O órgão esclareceu que a cifra de 14.100 casos de desnutrição aguda grave entre crianças de 6 a 59 meses refere-se a uma estimativa para o período entre abril de 2025 e março de 2026 — ou seja, ao longo de 12 meses, não de 48 horas.

O dado foi originalmente extraído de um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), que faz projeções com base em análises de risco alimentar. O documento aponta que, se a situação humanitária atual persistir, cerca de 14 mil crianças pequenas poderão sofrer de desnutrição grave ao longo do próximo ano. Mesmo após a correção, a declaração inicial de Fletcher foi amplamente repercutida na imprensa internacional e citada por parlamentares britânicos durante um debate. A BBC posteriormente admitiu o erro e fez uma retratação ao vivo.

Em meio à pressão internacional, Israel voltou a autorizar a entrada de caminhões com ajuda humanitária em Gaza. Na terça-feira (21), 93 veículos transportando alimentos, farinha, fórmulas infantis, medicamentos e equipamentos médicos entraram no território. No entanto, as autoridades israelenses alegam que o grupo Hamas tem impedido a distribuição dos suprimentos, controlando a entrada e o destino da ajuda. Segundo o governo de Israel, o bloqueio é necessário para evitar que o Hamas intercepte e revenda os produtos.

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O conflito entre Israel e Hamas já dura mais de 590 dias, desde 7 de outubro de 2023. Ainda há 58 reféns em poder do grupo extremista, sendo que apenas 21 estariam vivos, de acordo com estimativas israelenses. A situação em Gaza continua crítica, com alertas sobre o risco de fome generalizada. Organizações internacionais, incluindo a União Europeia e o Reino Unido, pedem a ampliação e a agilização do envio de ajuda humanitária.



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