24 de agosto de 2025 – A cidade de Belém, sede da COP30se prepara para receber milhares de visitantes em novembro, mas enfrenta desafios de hospedagem e logística. Para contornar os preços abusivos dos hotéis, o governo federal contratou dois navios de luxo — MSC Seaview e Costa Diadema — que oferecerão 6 mil leitos. A solução, no entanto, trouxe novos problemas: as embarcações ficarão atracadas no Porto de Outeiroa mais de 20 km dos pavilhões oficiais da conferência.
Porto de Outeiro será principal ponto de hospedagem na COP30
Os transatlânticos, com cerca de 3.900 cabines, devem abrigar delegações de 98 países em desenvolvimento e pequenos Estados insulares, além de ONGs e participantes credenciados. O governo promete que o deslocamento até o Parque da Cidadena zona leste de Belém, levará apenas 30 minutos.
Para isso, aposta na conclusão da ponte estaiada de Outeiro a Icoaraciprevista para setembro, além de obras emergenciais no porto, avaliadas em R$ 180 milhõesincluindo um píer de 710 metros e estruturas metálicas chamadas golfinhosque garantirão a atracação segura dos navios.
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Preço das hospedagens e impacto ambiental geram polêmica
Enquanto os navios são vistos como solução emergencial para a hospedagem da COP30os valores não são acessíveis: diárias devem variar de US $ 220 (R $ 1,2 mil) um US $ 600 (R $ 3,3 mil)dependendo da delegação.
Especialistas alertam também para o impacto ambiental. Mesmo parados, os navios de cruzeiro mantêm motores e sistemas de energia funcionando, podendo gerar 300 kg de carbono por pessoa por dia. O governo federal afirma que as emissões serão compensadas por créditos de carbono.
Trânsito, mobilidade e risco de acidentes preocupam especialistas

Além do impacto ambiental, há o problema do tráfego fluvial. A região de Outeiro é rota de barcos de turismo e transporte de moradores de ilhas vizinhas, como Cotijuba e Combu. Pesquisadores alertam para risco de colisões e sobrecarga das rotas já saturadas.
No transporte terrestre, o cenário também preocupa. Em visita feita pelo g1, o deslocamento entre o centro de Belém e a área da ponte em obras levou mais de 35 minutos, mesmo em dia de trânsito leve.
UM geóloga Aline Meiguinsda UFPA, alerta que Belém enfrenta um teste inédito:
“Não somente na mobilidade hidroviária, mas também na terrestre, a cidade precisará funcionar de forma integrada. Isso exige planejamento, ordenamento e infraestrutura bem definida”, ressalta.
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