Ministro da AGU afirma que a redemocratização foi fruto de uma luta coletiva e que as novas gerações têm a responsabilidade de preservar esses avanços
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, declarou nesta segunda-feira (22) que a defesa da democracia brasileira é um compromisso ético e político inegociável para sua geração, minimizando a revogação de seu visto de entrada nos Estados Unidos. A afirmação foi feita durante o evento “Direito, democracia e crédito: construindo um desenvolvimento sustentável e equitativo”, sediado pelo BNDES.
Messias enfatizou que a democracia no Brasil não é uma opção, mas um dever de envolvimento, recordando os horrores da ditadura militar (1964-1985), que resultou em desaparecimentos forçados, torturas e desestruturação de famílias. “Se eu tiver que perder meu visto para os Estados Unidos, para que filhos não percam os seus pais, eu perco meu visto. Não vale a pena”, afirmou o ministro, complementando: “Não vamos abrir mão daquilo que nós acreditamos, daquilo que nós juramos defender. A democracia é um elemento fundamental. Nós não vamos abrir mão da nossa democracia”.

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O ministro também ressaltou que a redemocratização foi fruto de uma luta coletiva e que as novas gerações têm a responsabilidade de preservar esses avanços. A revogação do visto de Jorge Messias se insere em um contexto mais amplo de cancelamento de vistos de diversas autoridades brasileiras pelo governo norte-americano, incluindo os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Essas medidas são vistas como retaliação por parte do ex-presidente Donald Trump em razão do julgamento e condenação de Jair Bolsonaro e seus aliados pela tentativa de golpe de Estado no Brasil.
Durante o evento, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, expressou solidariedade a Jorge Messias, descrevendo a revogação do visto como uma “injustiça brutal”. “Eu nunca vi ele curvar a coluna vertebral para abrir mão da ética ou dos princípios, dos valores essenciais que a democracia e a República precisam. Nesses tempos, é muito importante ter esse tipo de postura. Esse sacrifício vai ser reconhecido ao longo da sua vida. E nós vamos continuar lutando”, disse Mercadante.
*Com informações da Agência Brasil