Grupo acusa o ator e o jornalista Ricardo Feltrim e disseminar comentários desqualificadores; defesa de Melhem diz estar confiante na absolvição, enquanto comunicador chama ação de tentativa de censura
O ator e ex-diretor de humor da TV Globo Marcius Melhem e o jornalista Ricardo Feltrin se tornaram réus na Justiça do Rio de Janeiro por violência psicológica e perseguição (stalking) contra quatro mulheres que os acusam de disseminar publicamente comentários constrangedores e desqualificadores. Segundo a denúncia, esses atos teriam provocado ondas de ataques e mensagens de ódio contra as vítimas nas redes sociais.
A decisão de aceitar a denúncia, tomada pela juíza Juliana Benevides, ocorre após a transferência do processo da Justiça de São Paulo para o Rio. O caso tramita em sigilo. Parte das denúncias havia sido arquivada anteriormente, mas o grupo de mulheres que teve o processo remetido ao Rio conseguiu prosseguir com a ação penal.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio das promotoras Silvia Regina Souza e Isabella Paes, acusa formalmente Melhem com base em investigações da Polícia Civil. A denúncia também considera as manifestações públicas feitas por ele após ter sido acusado de assédio sexual por Dani Calabresa e outras colegas de trabalho em 2020. O caso de Calabresa foi arquivado por prescrição, mas outros seguem em aberto.
A defesa de Melhem afirma que os fatos já haviam sido analisados e arquivados anteriormente, e diz estar confiante na absolvição do humorista. Já Ricardo Feltrin, em nota, classificou a acusação de violência psicológica como tentativa de censura e afirmou que as mulheres “combinam suas versões”. Segundo ele, a decisão da juíza de levar o caso adiante não o surpreende “nos tempos atuais”.

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A decisão judicial de torná-los réus não representa condenação, mas a abertura de um processo criminal. Os acusados têm até dez dias para apresentar defesa por escrito. Em outro processo anterior, arquivado também no Rio, a promotora Fabíola Lovis entendeu que os mais de 130 vídeos publicados por Melhem em suas redes sociais tinham caráter de autodefesa. Ela ainda apontou contradições nos relatos das vítimas, com base em laudo técnico do Ministério Público. A Justiça confirmou o arquivamento, sem possibilidade de recurso.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA