‘Malafaia parece mais com Bolsonaro do que com Jesus’, diz Otoni de Paula, já atacado pelo pastor

‘Malafaia parece mais com Bolsonaro do que com Jesus’, diz Otoni de Paula, já atacado pelo pastor

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O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que já foi alvo de ataques do pastor Silas Malafaia, rebate a narrativa defendida pelo aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro de perseguição religiosa. “Malafaia parece mais com Bolsonaro do que com Jesus”, disse Otoni a VEJA. Para ele, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo hoje é “mais político do que pastor”. “Ele é mais político do que qualquer um de nós com mandato”, completa o parlamentar, que é pastor da Assembleia de Deus Missão e Vida.

A PF cumpriu ontem, 20, mandado de busca e apreensão contra Malafaia, que estaria agindo como “orientador  e auxiliar das ações de coação” promovidas por Bolsonaro e o seu filho Eduardo (PL-SP), segundo a Procuradoria-Geral da República. Desde que envolvido no inquérito, o pastor tem gravado vídeos falando em perseguição religiosa. Numa gravação, ele disse que cadernos com mensagens bíblicas foram apreendidos pela PF: “Mais uma prova inequívoca que Alexandre de Moraes, o ditador da toga, promove perseguição política e agora a religiosa também. Venho denuncinado os crimes desse ditador nesses quatro anos”.

No relatório da PF, constam mensagens trocadas entre o líder da Advec e o ex-presidente, como uma em que Malafaia ataca Eduardo, xingado de “babaca” e “idiota”. Silas é um dos pastores mais conhecidos do país e também famoso por sua oratória virulenta. Otoni já ficou na mira desse canhão, sendo chamado, por exemplo, de “comunista gospel” durante a briga pela presidência da Frente Parlamentar Evangélica. O deputado afirma já ter recebido áudios de Malafaia dizendo que faria vídeos “acabando” com ele.

Para o representante do Rio, que se denomina conservador e de direita,”se trataria de perseguição religiosa se Silas Malafaia estivesse nesse inquérito por atividade de pastor, orando, pregando em praça publica, evangelizando”. O parlamentar vai além: “Podemos até questionar, mas como cidadão, se ele extrapolou ou não na fala a liberdade de expressão. Mas não há uma perseguição contra a igreja, contra os pastores do Brasil. Essa briga não é nossa, não é da igreja.”

Ex-bolsonarista, o deputado, em vias de deixar o MDB, agora avalia que a igreja foi levada nos últimos anos a uma “paixão política” – nesse caso, Bolsonaro.

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