O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), condenou a articulação feita por Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo nos Estados Unidos em favor do “tarifaço” de 50% imposto por Donald Trump. Em entrevista ao UOL News nesta quinta-feira (24), Leite classificou a atitude como “absolutamente imperdoável”, mas também fez críticas à condução da política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ação de Bolsonaro é “imperdoável”
Para o governador gaúcho, a família Bolsonaro colocou interesses pessoais acima dos do país ao supostamente articular a imposição das tarifas, que podem gerar um sacrifício enorme para empresas e empregos no Brasil.
“O que a família Bolsonaro fez em relação à articulação para a imposição dessas tarifas é absolutamente imperdoável. Colocar o país para ter um sacrifício enorme em função de um interesse pessoal não pode ser admitido”declarou Leite.
Crítica ao “discurso antiamericano” de Lula
Apesar da condenação a Bolsonaro, Eduardo Leite também criticou a postura do atual governo. Segundo ele, a forma como o presidente Lula se posiciona no cenário internacional enfraquece a posição brasileira na negociação.
“Não podemos ignorar que o presidente Lula tem tido manifestações recorrentes de alinhamento a ditaduras e muitas vezes de um discurso antiamericano, o que fragiliza essa relação com um parceiro comercial importante”, afirmou o governador.
O caminho: pragmatismo na negociação
Leite defendeu que o governo federal adote uma postura pragmática para resolver a crise, abrindo canais de comunicação e identificando outras demandas dos EUA que possam entrar na negociação, sem, contudo, ceder à pressão em torno do julgamento de Jair Bolsonaro.
“Ceder, do ponto de vista institucional, no que diz respeito ao processo do ex-presidente, não é o caso. Mas (o governo) terá que sentar-se à mesa, abrir um canal de comunicação e buscar identificar com os EUA as outras demandas em relação ao Brasil, para que possamos estabelecer uma negociação”aconselhou. “Esse pragmatismo que é fundamental nas relações internacionais é que precisa reger esta relação”.
*Com informações UOL