Segundo o magistrado Steven Merryda, documento extrapolou os limites processuais, continha elogios ao presidente dos EUA e não respeitava as normas do tribunal
Um juiz federal da Flórida rejeitou nesta sexta-feira (19) a ação de US$ 15 bilhões (cerca de R$ 80 bilhões) movida pelo presidente dos EUAAssim, Donald Trumpcontra o jornal The New York Times por difamação. A denúncia, apresentada em 15 de setembro, tinha 85 páginas e foi considerada “inapropriada e inadmissível” pelo magistrado Steven Merryday, nomeado ainda pelo ex-presidente George HW Bush.
Segundo ele, o documento extrapolou os limites processuais, continha elogios a Trump e não respeitava as normas do tribunal. “Uma ação judicial deve ser breve, simples e direta, com alegações de fatos plausíveis. Não é um fórum para insultos nem uma plataforma para descarregar raiva contra adversários”, escreveu o juiz na decisão.

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Apesar da rejeição, Merryday deu prazo de 28 dias para que os advogados reformulem a queixa, desde que ela não ultrapasse 40 páginas. O New York Times celebrou o resultado. “O juiz reconheceu rapidamente que a denúncia era um documento político e não uma demanda judicial séria”, afirmou a empresa em nota publicada no X (antigo Twitter).
O processo contra o Times é mais um capítulo da ofensiva de Trump contra veículos de comunicação. Desde que voltou à Casa Branca em janeiro, o presidente de 79 anos tem intensificado ataques à imprensa, restringido acesso a coletivas e movido ações com valores bilionários contra jornalistas e empresas de mídia.
Nesta semana, a emissora ABC, pertencente ao grupo Disney, suspendeu por tempo indeterminado o programa de Jimmy Kimmel, após pressão da Casa Branca. O apresentador havia feito comentários críticos sobre o assassinato do influenciador de direita Charlie Kirk, o que levou a Comissão Federal de Comunicações a ameaçar cassar licenças de transmissão da emissora.
Na ação, Trump acusava o jornal de seguir um “padrão de décadas” de difamações movidas por “malícia”, apontando o Times como o principal difusor de “falsidades” contra sua imagem. Além do jornal, o processo também citava quatro jornalistas da publicação e a editora Penguin Random House, responsável por um livro sobre a origem da fortuna do presidente.
Apesar da forte proteção constitucional à liberdade de imprensa nos EUA, Trump já obteve ganhos em litígios contra outras empresas, como a ABC e a CBS, que aceitaram pagar indenizações milionárias para evitar prolongar disputas judiciais. O presidente também processou o magnata Rupert Murdoch e o Wall Street Journal, exigindo US$ 10 bilhões em reparação após reportagem sobre suposta correspondência sua com o criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein.
*Com informações da AFP
Publicado por Sarah Paula