Governo israelense divulgou comunicado expondo o projeto do primeiro-ministro para ‘derrotar o Hamas’, que inclui a ocupação do território da Palestina, sem esclarecer o que acontecerá com o enclave e a população
O Gabinete de Segurança do governo de Israel deu sinal verde na madrugada desta sexta-feira (8) a um plano militar proposto pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para ocupar a Cidade de Gazano norte do enclave. Após cerca de dez horas de reunião, o governo israelense divulgou um comunicado expondo o plano de Netanyahu para “derrotar o Hamas”, que inclui a ocupação da Cidade de Gaza, sem esclarecer o que acontecerá com o restante do enclave, embora o primeiro-ministro tenha declarado sua intenção de estender a operação a toda a Faixa antes de iniciar a sessão de debate com o gabinete. “As Forças de Defesa Israelenses (FDI) se prepararão para assumir o controle da Cidade de Gaza, ao mesmo tempo em que garantem o fornecimento de ajuda humanitária à população civil fora das zonas de combate”, detalha o comunicado.
O governo também garante que o gabinete adotou “por maioria de votos” cinco princípios para encerrar a guerra: desarmar o Hamas, o retorno de todos os reféns vivos ou mortos, a desmilitarização da Faixa de Gaza, o controle de segurança israelense na Faixa de Gaza e o estabelecimento de uma “administração civil alternativa” para o enclave que não seja do Hamas nem da Autoridade Palestina, que atualmente governa em partes da Cisjordânia ocupada. Em declarações à rede de televisão “Fox” antes da reunião do gabinete, Netanyahu afirmou que seu objetivo era ocupar toda Gaza, mas que não pretende mantê-la nem governá-la, e sim manter um “perímetro de segurança” e entregá-la a “forças árabes que a governem” sem ameaçar Israel e sem o Hamas.

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De acordo com o comunicado, na reunião um “plano alternativo” foi descartado por ser considerado incapaz de “alcançar a derrota do Hamas ou o retorno dos reféns”. Sem mais alusões oficiais, a imprensa israelense informa que esse plano teria vindo do chefe do Estado-Maior do Exército israelense, Eyal Zamir, que já havia se confrontado com Netanyahu ao expressar sua rejeição à ocupação de toda a Faixa. As milícias palestinas ainda mantêm 50 cativos, dos quais apenas cerca de 20 estariam vivos, segundo Israel. A ONU advertiu na quarta-feira que, se Israel implementar este plano, haverá “consequências catastróficas” para a população de Gaza.
*Com informações da EFE