Invasores destroem barraco e ameaçam atear fogo em assentamento no Tocantins

Invasores destroem barraco e ameaçam atear fogo em assentamento no Tocantins

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Cinco homens destruíram um barraco e ameaçaram atear fogo nesta quinta-feira (25) em moradias no assentamento Dina Guerrilheira, em Palmeirante, no Tocantins. “Chegamos aqui, nos deparamos com isso aqui… Meu barraco todo no chão, derrubado, cortado de motosserra”, lamenta o dono do alojamento destruído, em um vídeo enviado à reportagem.

“Eu gastei pra fazer isso aqui, eu acho que eles não podiam fazer isso ”, diz o homem, cuja identidade será mantida em sigilo.

Os agressores são, segundo as testemunhas, vaqueiros que trabalham a mando de fazendeiros e ficam pela região cuidando do gado que ainda ocupa a área, nas terras da antiga fazenda Santa Maria-Vargem Boa, já destinadas para a reforma agrária.

De acordo com Jorge Lima, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Tocantins, 160 famílias vivem na área há cerca de dois anos e aguardam a finalização do processo de assentamento.

Em 27 de junho, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) anunciou a criação do assentamento, com capacidade para acolher 292 famílias numa área de 4.943 hectares.

“Tem a portaria do assentamento criado, mas o Incra não moveu mais nenhuma ação nem para retirar os fazendeiros e nem para avançar para o processo de seleção das famílias e efetivação do assentamento no local”, diz Lima.

As famílias já iniciaram o trabalho na terra, plantando mandioca, arroz e feijão, na espera pela entrega dos lotes. De acordo com Lima, as ameaças haviam cessado nos últimos meses, desde o anúncio do assentamento.

O ataque recente, no entanto, acabou com a tranquilidade, deixando os moradores temerosos de novas investidas. Em nota, o MST ressalta que “é fundamental a atuação urgente dos órgãos de Segurança Pública e do Incra para garantir a integridade física das famílias, cessar as agressões e as ameaças de incêndio”.

O Brasil de Fato entrou em contato com o Incra, mas não teve resposta até a publicação deste texto.

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