Duas crianças teriam sido deixadas para trás depois que seu pai foi detido em um posto de gasolina no Condado de Ventura, de acordo com um grupo de defesa local. O incidente aconteceu em 4 de maio por volta das 9h30 no posto de gasolina Sinclair, localizado no cruzamento da Ventura Road com a Wooley Boulevard em Oxnard, conforme relatado pelo 805 UndocuFund, uma coalizão de organizações sem fins lucrativos que apoiam imigrantes na Costa Central da Califórnia.
Um frentista, Juan Conches, compartilhou o que testemunhou com o grupo em um vídeo postado na página deles no Instagram. Segundo Conches, um homem chegou ao posto de gasolina para abastecer e, enquanto abastecia, “pelo menos seis” veículos apareceram e rapidamente o cercaram.
“Prenderam alguém”, disse Conches. “Deixaram as crianças dentro do caminhão.” A coalizão identificou as crianças como uma menor e outra, supostamente de 19 anos, mas “velha o suficiente para ficar sozinha, mas incapaz de dirigir, abandonada e sem poder sair”. “Disseram-me que o tinham levado. Perguntei então se podia tirar o caminhão para desocupar a bomba. Foi só isso. Tirei o caminhão com as crianças dentro e estacionei-o na frente. Disseram-me que tinham ligado para a irmã para os ir buscar”, disse Conches no vídeo.
O ICE e o Departamento de Segurança Interna não responderam publicamente às perguntas sobre a suposta prisão do homem. A identidade do homem que teria sido preso não foi divulgada. Não está claro por que ele foi detido. Agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) começaram a atacar as principais cidades santuários imediatamente após a posse do presidente Donald Trump , incluindo Los Angeles , Chicago e Atlanta. Desde então, estudantes internacionais, supostos membros de gangues, até mesmo cidadãos americanos em alguns casos e portadores de visto foram parados em aeroportos, detidos por dias ou enfrentam deportação por infrações menores.
Vários casos semelhantes ocorreram no sul da Califórnia. No mês passado, Andry Hernandez Romero, um maquiador gay venezuelano, foi deportado para El Salvador e está detido em uma prisão perigosa, levantando preocupações sobre violações de direitos humanos. Ativistas dizem que a deportação é uma grave violação dos direitos humanos, chamando-a de “sentença de morte” devido às duras condições da prisão e à falta de proteção para pessoas LGBTQ+. Uma semana antes, uma batida policial foi realizada em frente a uma loja Home Depot em Pomona. Entre 15 e 20 diaristas foram detidos. A juíza distrital dos EUA, Jennifer L. Thurston, enfatizou que tais ações violam a Quarta Emenda, que protege trabalhadores imigrantes, incluindo diaristas e trabalhadores rurais.
Em outro caso, um casal do Condado de Orange , sem antecedentes criminais, que morava nos EUA há 35 anos, foi deportado para a Colômbia em março. Durante sua primeira semana no cargo, Trump assinou 10 ordens executivas sobre imigração e emitiu uma série de decretos para cumprir promessas de deportações em massa e segurança nas fronteiras .
Trump expandiu as prioridades de prisão para qualquer pessoa ilegalmente no país, não apenas pessoas com condenações criminais, ameaças à segurança pública ou nacional e migrantes parados na fronteira. O governo também encerrou uma política que evitava prisões em “locais sensíveis”, incluindo escolas, hospitais e locais de culto. Afirmou que poderá deportar pessoas que entraram legalmente no país em liberdade condicional, uma autoridade presidencial que o ex-presidente Joe Biden utilizou mais do que qualquer outro presidente.
Também ameaçou punir jurisdições “santuários” que limitam a cooperação com autoridades federais de imigração. Uma pesquisa do Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos da Associated Press-NORC revela que a imigração é um ponto alto para Trump em comparação com outras questões, incluindo sua abordagem à economia, política externa e negociações comerciais. Pouco menos da metade dos adultos americanos, 46%, afirmam aprovar a forma como Trump lida com a questão, em comparação com seu índice geral de aprovação de 39%, segundo a pesquisa.
