Um homem foi detido pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) durante uma operação federal em Nova Jersey, embora ele não fosse o alvo da investigação, de acordo com autoridades e grupos de defesa dos imigrantes.
O Gabinete do Promotor Público do Condado de Cape May (NJ) confirmou que um mandado de busca foi executado no quarteirão 800 da Asbury Avenue em Ocean City (Condado de Cape May) como parte de uma investigação de exploração infantil em andamento na terça-feira, 29 de julho.
O promotor Jeffrey Sutherland disse que o mandado foi originado de uma denúncia cibernética do Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas, que identificou o compartilhamento e o download de material de abuso sexual infantil.
Diversas agências estiveram envolvidas na execução do mandado, incluindo o Ministério Público do Condado de Cape May, o Departamento de Polícia de Ocean City, a Força-Tarefa de Crimes contra Crianças na Internet (ICAC) e o Departamento de Investigações de Segurança Interna (HSI-Atlantic City). Vários dispositivos eletrônicos foram apreendidos no apartamento.
Mais tarde, em uma declaração à NJ Advance Media, o promotor Sutherland confirmou que alguém que morava na casa e que “não era alvo do mandado de busca foi detido pelo ICE com base em um mandado federal não relacionado”.
Nenhuma acusação criminal foi apresentada em relação ao indivíduo detido. As autoridades não divulgaram o nome da pessoa. Na mesma noite, El Pueblo Unido de Atlantic City — uma organização comunitária que atende famílias de imigrantes no sul de Jersey — realizou uma coletiva de imprensa com parentes do homem no Facebook Live. “Esta transmissão é para informar e educar nossa comunidade sobre o que realmente aconteceu”, dizia a legenda. “Porque isso pode acontecer com qualquer um de nós.”
O grupo disse que o homem detido não tinha antecedentes criminais e não estava envolvido no caso de exploração infantil. “Ele foi preso apenas por uma questão de imigração civil”, afirmou o grupo. “Ele foi vítima de uma operação, não um agente alvo.” Na transmissão ao vivo, familiares criticaram as autoridades policiais e os meios de comunicação pelo que descreveram como tentativas de “criminalizar” o detido, dizendo:
“Ninguém merece ser tratado como criminoso pelo simples fato de estar em busca de uma vida melhor.” O El Pueblo Unido pediu aos membros da comunidade que “se informassem” e “ouvissem diretamente da família como foram tratados hoje”. O grupo também ofereceu uma linha direta para os moradores afetados e anunciou os próximos workshops “Conheça Seus Direitos”.
