Em entrevista aos ‘Bom Dia, Ministro’, no Canal Gov, Haddad explicou que o órgão ‘não tem instrumentos para monitorar produtos feitos de forma clandestina’, como os fabricados ‘em fundo de quintal, com garrafas recicladas’
O ministro da Fazenda, Fernando Haddadafirmou nesta segunda-feira (7) que a Receita Federal não tem competência para fiscalizar a qualidade de bebidas produzidas no país. A declaração ocorre em meio ao avanço dos casos de intoxicação por metanol causados por bebidas alcoólicas adulteradas, que já deixaram vítimas fatais em diversas regiões do Brasil. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, no Canal Gov, Haddad explicou que o papel da Receita é controlar quantidade e preço de produtos comercializados, mas não o conteúdo das embalagens.
“A Receita Federal controla quantidade e preço de bebidas e mercadorias em geral. Ela não controla a qualidade do que vai dentro do vasilhame. Isso é papel da vigilância sanitária e, em casos de produtos importados, do Ministério da Agricultura”, afirmou o ministro. De acordo com ele, o órgão “não tem instrumentos para monitorar produtos feitos de forma clandestina”, como os fabricados “em fundo de quintal, com garrafas recicladas”.

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
A fala do ministro ocorre num momento de alerta nacional. Só no estado de São Paulo, já foram 15 casos confirmados de intoxicação por metanol e dois óbitos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Outros 164 casos estão sob investigação. Em nível nacional, o Ministério da Saúde recebeu 217 notificações, sendo 17 confirmações e 12 mortes ainda em análise.
A intoxicação por metanol é considerada grave e pode causar cegueira, danos neurológicos e até morte. As autoridades de saúde recomendam que a população evite o consumo de bebidas destiladas de procedência duvidosa e procure atendimento médico imediato em caso de sintomas como náusea, tontura, visão turva ou dor abdominal.