Haddad diz que governo vai anunciar pacote fiscal ‘robusto’ para resolver impasse do IOF

Haddad diz que governo vai anunciar pacote fiscal ‘robusto’ para resolver impasse do IOF

Artigo Policial

Conjunto de propostas incluirá pelo menos uma PEC e um projeto de lei, podendo contar também com uma medida provisória para ajustes pontuais

Diogo Zacarias/MFPalácio do Planalto deseja aprovar o pacote rapidamente, tanto para demonstrar proatividade do Executivo ao Congresso quanto para evitar medidas mais impopulares de última hora

O ministro da Fazenda, Fernando Haddadafirmou nesta terça-feira (3) que o governo enviará ao Congresso Nacional um pacote “robusto” de medidas de ajuste fiscal “com impacto duradouro ao longo do tempo”. Segundo ele, o conjunto de propostas incluirá pelo menos uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei, e poderá ainda contar com uma medida provisória (MP) para ajustes pontuais, caso seja necessário. As iniciativas serão submetidas à avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda durante a tarde, antes de serem formalizadas no Legislativo.

De acordo com Haddad, o objetivo é estruturar as contas públicas de forma mais robusta do que as ações adotadas no ano passado. “Hoje nós vamos ter uma reunião com o presidente da República bastante produtiva, porque nós chegamos a um entendimento até superior ao que nós fizemos no ano passado. No meu ponto de vista, dá uma estabilidade duradoura para as contas de um próximo período”, declarou o ministro a jornalistas no Ministério da Fazenda. Ele ressaltou que somente após esse encontro serão definidos detalhes como a eventual inclusão de uma MP que entre em vigor imediatamente para “determinações específicas” que possam surgir.

O pacote de ajustes também visa calibrar a elevação do Iof (Imposto sobre Operações Financeiras), tema que gerou forte reação do mercado e do empresariado após o decreto que aumentou a alíquota no mês passado. Essa medida provocou críticas e fez com que o Congresso sinalizasse que poderia derrubar o decreto, além de ter gerado descompasso interno entre a equipe econômica e o Banco Central. Para evitar novos choques políticos, Haddad se reuniu na noite de segunda-feira (2) com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com o presidente do Senado, Deu a alarthrumb (União-AP), para apresentar rascunhos e estimativas de impacto das propostas. “Só o fato de nós termos o aval dos presidentes das duas Casas de que o caminho é esse já é uma coisa muito significativa”, avaliou o ministro.

Em paralelo, Haddad negou que o pacote inclua uma proposta do Ministério de Minas e Energia (MME) para ampliar leilões de exploração de petróleo, que poderia gerar arrecadação extra de até R$ 35,25 bilhões entre 2025 e 2026. Segundo ele, parte desse valor já está contabilizada para este ano, permitindo o fechamento da meta fiscal no curto prazo, mas “temos que melhorar o centro da meta” e manter a iniciativa como complemento, e não como base principal das medidas estruturais. “Pelo menos metade desse valor anunciado pelo ministro Alexandre Silveira já está contabilizado para este ano para fechar a meta fiscal que nós vamos manter, como fizemos no ano passado. Tem outra parte que pode ser utilizada ainda este ano, mas precisamos mirar o centro da meta”, explicou Haddad.

Fontes do governo afirmam que o Palácio do Planalto deseja aprovar o pacote rapidamente, tanto para demonstrar proatividade do Executivo ao Congresso quanto para evitar medidas mais impopulares de última hora. Além de Hugo Motta e Davi Alcolumbre, participaram da conversa os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Alexandre Padilha (Saúde), bem como os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Conforme destacou Haddad, “tecnicamente é um plano robusto; politicamente está amparado”, sendo considerado mais amplo que o adotado na gestão anterior e capaz de conferir estabilidade orçamentária para o próximo ciclo legislativo.

Publicada por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA



Conteúdo original

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *