Haddad diz que aguarda decisão de Lula sobre judicialização da derrubada do IOF no Congresso

Haddad diz que aguarda decisão de Lula sobre judicialização da derrubada do IOF no Congresso

Artigo Policial

Ministro da Fazenda afirma que presidente está consultando outros ministros antes de decidir se acionará o STF contra o revés no Legislativo

WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDOO decreto que previa aumento do IOF foi derrubado por 383 votos a 98 na Câmara dos Deputados.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddadafirmou nesta sexta-feira (27), em São Paulo, que está aguardando uma definição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a possibilidade de judicializar a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O texto foi rejeitado pelo Congresso Nacional com ampla maioria. Haddad disse que já foi ouvido por Lula e que o presidente está conversando com outros ministros antes de tomar uma decisão definitiva. “Vamos aguardar primeiro a decisão do presidente, está bem? Ele me ouviu, ele está ouvindo outros ministros”, declarou o titular da Fazenda após evento na Faculdade de Direito da USP. O ministro não respondeu outras perguntas por conta da agenda apertada.

Revés no Congresso

O decreto que previa aumento do IOF foi derrubado por 383 votos a 98 na Câmara dos Deputados. No Senado, a rejeição foi simbólica, sem contagem nominal de votos. O Congresso considerou que o Executivo utilizou o imposto, originalmente de natureza regulatória, com fins puramente arrecadatórios, o que gerou críticas até entre aliados do governo. A derrubada do decreto representou uma derrota significativa para o Planalto, que contava com a medida como parte do esforço para cumprir a meta fiscal em 2025.

Judicialização em análise

Após a votação, o governo passou a estudar a possibilidade de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do Congresso. A alegação seria de que o Legislativo não teria competência para sustar um decreto que trata da regulação de alíquotas de um imposto cuja alteração é prerrogativa do Executivo. No entanto, especialistas em direito tributário ouvidos pelo Broadcast avaliam que uma ação no STF tem baixa probabilidade de sucesso. Eles apontam que o decreto legislativo aprovado pelo Congresso também é constitucional e que o uso do IOF com objetivo fiscal pode configurar desvio de finalidade. A análise do Supremo, nesse cenário, poderia pender para o entendimento de que o Congresso agiu dentro de sua competência ao frear uma medida que, segundo parlamentares, feria o equilíbrio entre os Poderes.

Reações políticas

A oposição criticou duramente a ideia de judicialização. Deputados e senadores afirmaram que levar a decisão ao STF seria um “ataque à soberania do Parlamento” e uma tentativa de minar a independência entre os Poderes. Para os oposicionistas, o governo precisa dialogar com o Congresso e buscar alternativas para o ajuste fiscal, em vez de recorrer ao Judiciário. A decisão final agora está nas mãos do presidente Lula, que deve pesar os riscos políticos e jurídicos antes de definir se o Executivo entrará com ação no Supremo. A expectativa é que o posicionamento oficial seja divulgado nos próximos dias.



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