Ter um green card não significa, necessariamente, ter passagem garantida de volta aos Estados Unidos. Segundo apurado pelo Brazilian Press , as autoridades americanas têm endurecido o controle sobre estrangeiros que deixam o país, mesmo que temporariamente, e retornam com residência permanente.
A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, na sigla em inglês) divulgou oficialmente na última terça-feira um alerta às pessoas com green card, reforçando que o documento não assegura automaticamente o direito de entrada no território norte-americano. A nova postura faz parte de uma série de medidas adotadas pelo governo Trump visando aumentar a fiscalização nas fronteiras e aplicar com maior rigor as leis de imigração.
“Segundo as leis do nosso país, o governo tem autoridade para revogar seu cartão em caso de violação ou abuso”, declarou a CBP em comunicado publicado em suas redes sociais. O texto esclarece que “possuir um green card é um privilégio, não um direito”, e alerta especificamente aqueles com histórico criminal.
O aviso também destaca que, ao retornar ao país, qualquer residente permanente pode ser submetido a interrogatório, detido preventivamente e até perder o status de residente caso tenha cometido delitos — mesmo que tenham sido considerados leves.
A orientação reforça mudanças já implementadas por outras agências ligadas à imigração, como o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), que intensificou a análise de benefícios concedidos a imigrantes, inclusive a residência permanente. De acordo com dados oficiais, houve aumento no número de deportações de estrangeiros condenados por infrações tidas como menores, como dirigir embriagado (DWI) ou pequenos furtos.
Além dos portadores de green card, outros estrangeiros também estão sob maior vigilância. Quem entra nos EUA pelo Programa de Isenção de Visto, por exemplo, e utiliza o sistema eletrônico ESTA precisa estar atento às regras impostas. Qualquer desrespeito às condições do visto pode resultar em restrições severas de entrada no país.
Diante do cenário, especialistas recomendam que todos os imigrantes com residência nos EUA consultem um advogado de imigração antes de viajar, especialmente se tiverem qualquer tipo de antecedente criminal, por menor que seja.