24 de julho de 2025 — O general da reserva do Exército Mário Fernandes, ex-assessor do governo de Jair Bolsonaro, admitiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter sido o autor do chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Durante depoimento nesta quinta-feira (24), Fernandes afirmou que o texto foi apenas um “pensamento digitalizado”, uma análise pessoal sobre o cenário político após as eleições de 2022. Segundo ele, o documento foi impresso no Palácio do Planalto, mas teria sido destruído em seguida.
“É um arquivo digital. Nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um estudo de situação, uma análise de riscos. Não foi compartilhado com ninguém. Hoje me arrependo de ter feito isso”, declarou.
A confissão foi feita no âmbito das audiências com réus de dois núcleos envolvidos na tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder, investigada pela Operação Contragolpe da Polícia Federal.
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Investigação aponta plano para golpe de Estado após vitória de Lula
Segundo a PF, o plano foi elaborado logo após a vitória de Lula nas urnas, em novembro de 2022, e teria sido discutido por militares próximos ao então presidente, em reunião na casa do general Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro.
O conteúdo previa o assassinato das principais lideranças do governo eleito e do Supremo Tribunal Federal como parte de uma ofensiva golpista. Mário Fernandes é réu no núcleo 2 do inquérito e aparece em imagens divulgadas pela PF em um acampamento golpista em frente a quartéis em 2022.
Durante o depoimento, o general afirmou ainda que pessoas do entorno de Bolsonaro discutiam a possibilidade de decretos com “considerandos” que fundamentariam uma intervenção do Executivo sobre os demais Poderes.
“Fiz um apelo ao general Ramos: se existe esse movimento e está dentro da Constituição, por que não reforçar isso?”, afirmou, corrigindo-se em seguida: “Dentro da Constituição Federal, não acima”.
Delação de Mauro Cid detalha apoio financeiro ao plano
O plano “Punhal Verde e Amarelo” foi revelado após delação do tenente-coronel Mauro Cid. De acordo com ele, Braga Netto teria repassado dinheiro ao major Rafael Martins de Oliveira, envolvido na trama, para cobrir despesas operacionais. O recurso teria sido entregue em uma sacola de vinho.
A PF prendeu diversos militares e um policial militar ligados ao plano em novembro de 2024. As investigações indicam que o plano só seria executado se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida.
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Tags: STF, Jair Bolsonaro, tentativa de golpe, general Mario Fernandes, Alexandre de Moraes, Lula, Geraldo Alckmin, plano Punhal Verde e Amarelo, Mauro Cid, Braga Netto, Operação Contragolpe, delação premiada, militarismo, golpe de Estado