Ex-secretário tentou blindar Anderson Torres de live com Bolsonaro sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas

Ex-secretário tentou blindar Anderson Torres de live com Bolsonaro sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas

Artigo Policial

Em depoimento no processo de tentativa de golpe, Antônio Ramirez Lorenzo relatou ter ficado ‘bastante assustado’ com ordem do Planalto para o então ministro falar sobre o assunto

Foto: FAB/DivulgaçãoAntonio Ramirez Lorenzo

A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta quarta-feira (27) mais uma sessão de depoimentos no caso envolvendo Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. O depoimento de destaque foi de Antônio Ramiro Lourenço, ex-secretário adjunto de Torres, que revelou ter separado materiais para uma live que o ministro participaria. Segundo Lourenço, a live foi organizada após uma ligação do Palácio do Planalto, gerando desconforto entre os assessores. Durante a transmissão, Torres quase não participou, mas acabou divulgando informações sobre urnas eletrônicas após ser chamado por um assessor.

“Eu falei: ‘Ministro, a live será no MJ, e a pauta será sobre urnas eletrônicas’. Eu quis retirar a pauta do MJ. A segunda medida seria diminuir a exposição dele nessa live, e a terceira linha de ação seria buscar algum conteúdo essencialmente técnico. Algo que pudesse ser dito sem nenhum comprometimento”, afirmou Lorenzo.

O depoimento também abordou operações durante o segundo turno das eleições, especialmente no Nordeste, e a transição de governo para o presidente Lula. O ministro Alexandre de Moraes questionou Lourenço sobre a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal em 12 de dezembro, ainda sob a gestão de Bolsonaro. Lourenço afirmou que a responsabilidade era da Secretaria de Segurança do Distrito Federal, não do Ministério da Justiça. Moraes rebateu, questionando se a Secretaria de Segurança seria apenas uma figura decorativa, como uma “rainha da Inglaterra”.

“Curiosamente, por muito pouco ele não participou (da live). O presidente chegou a ensaiar a finalização da live: ‘Ok, obrigado, boa noite’. Mas uma assistente rastejou por baixo da mesa, cutucou o presidente e informou que o Anderson estava do lado de fora com informações”, disse Antônio Ramiro Lourenço.

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Outro depoente, também da Secretaria de Segurança, afirmou que a Polícia Militar não é subordinada à Secretaria, o que gerou mais questionamentos de Moraes. O ministro destacou que afirmar tal coisa seria como dizer que o presidente da República não comanda as Forças Armadas. Essa declaração gerou um intenso debate sobre a cadeia de comando e a responsabilidade das forças de segurança durante eventos críticos. A audiência será retomada amanhã, às 8 horas, com o inquérito investigando os atos de 8 de janeiro, já com diversos réus julgados pelo Supremo Tribunal Federal.

*Com informações de Bruno Pinheiro

*Reportagem produzida com auxílio de IA



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