Registro aponta que ex-assessor de Bolsonaro declarou que ‘o monitoramento que realizava sempre era pontual com finalidade de acertar agendas e que jamais foram realizados para qualquer operação’
Ou coronel Marcelo Câmaraex-assessor de Jair Bolsonarodeclarou nesta quarta-feira (13), durante acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), que recebeu “diretamente” do ex-presidente um pedido para monitorar autoridades no fim de dezembro de 2022. Ele negou, porém, que essa solicitação tivesse relação com a operação denominada “Punhal Verde Amarelo”.
O tenente-coronel Mauro Ciddelator e participante da acareação, também afirmou não ter conhecimento de que Marcelo Câmara soubesse de qualquer monitoramento vinculado à operação, que incluía a previsão de assassinatos de autoridades. Conforme a ata da acareação, “a defesa do réu Marcelo Câmara solicitou que fosse esclarecido que, em relação ao segundo momento, monitoramento no final de dezembro, não há nenhuma relação com a citada operação ‘Punhal Verde e Amarelo’, e esse monitoramento foi solicitado diretamente pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”.

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O registro aponta ainda que Marcelo Câmara declarou que “o monitoramento que realizava sempre era pontual com finalidade de ‘acertar agendas’ e que jamais esses monitoramentos foram realizados para qualquer operação”. Na delação, Cid afirmou que Bolsonaro pediu o monitoramento de Alexandre de Moraes por suspeitar de articulações entre o ministro do STF e o então vice-presidente e senador Hamilton Mourão.
Minuto de greve
A acareação também abordou a chamada minuta golpista — documento que previa medidas contra a ordem democrática para reverter o resultado das eleições, como a decretação de Estado de Sítio e a prisão de autoridades. Cid destacou que não afirmou, em sua delação à Polícia Federal, que o documento com teor golpista ao qual Marcelo Câmara teria tido acesso era o mesmo apresentado a Bolsonaro pelo ex-assessor internacional Filipe Martins.
Segundo o registro, “que o réu colaborador confirmou o depoimento dado anteriormente como informante do juízo, porém esclareceu que ao se referir ao conhecimento que o réu Marcelo Câmara tinha sobre a tramitação de uma minuta de decreto no Palácio, não quis afirmar que essa minuta era aquela apresentada por Filipe Martins ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro”.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carol Santos