Dólar fica abaixo de R$ 5,40, o menor valor em mais de um ano

Dólar recua e Ibovespa emenda 3ª perda com julgamento de Bolsonaro e Fed

Artigo Policial

A moeda americana encerrou o pregão cotada a R$ 5,45, enquanto o índice da B3 marcava perda de 0,34%, aos 139.863,63 pontos no final

Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão ConteúdoO real pegou carona na onda global de baixa da moeda americana, após dados mais fracos do mercado de trabalho nos EUA

Após três pregões de alta, em que acumulou valorização de 1,27%, o dólar recuou na sessão desta quarta-feira (3), mas ainda se manteve acima da linha de R$ 5,45 no fechamento. O real pegou carona na onda global de baixa da moeda americana, após dados mais fracos do mercado de trabalho nos EUA e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

As taxas dos Treasuries, que na terça avançaram com o estresse no mercado de dívidas que atingiu principalmente Reino Unido e França, recuaram hoje, abrindo espaço para a recuperação da maioria das divisas emergentes. Temores de retaliação dos EUA em caso de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado seguem no radar e podem ter impedido um movimento mais forte de apreciação do real. A defesa do ex-presidente disse hoje que o Supremo Tribunal Federal (STF) não pode fazer julgamento político e defendeu a inocência de Bolsonaro.

Com mínima de R$ 5,4345 pela manhã, o dólar à vista encerrou o pregão cotado a R$ 5,4529. No ano, recua 11,77%. À tarde, o Banco Central informou que o fluxo cambial foi negativo em US$ 230 milhões na semana passada. Com isso, o saldo em agosto ficou negativo em US$ 2,063 bilhões, resultado da saída líquida de US$ 3,823 bilhões pelo canal financeiro. No ano, o fluxo cambial total está negativo em US$ 16,904 bilhões.

cta_logo_jp

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

No exterior, o Dollar Index – que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – recuava cerca de 0,20% no fim da tarde, na casa dos 98,200 pontos, após mínima aos 98,014 pontos. As taxas dos Treasuries de dez e 30 anos caíram mais de 1%. O relatório Jolts mostrou abertura de 7,181 milhões de postos de trabalho nos EUA em julho, abaixo das projeções dos analistas, de 7,357 milhões. O resultado aumenta as expectativas para o relatório de emprego (payroll) de agosto, que sai na sexta-feira, 5.

Pela manhã, o diretor do Fed Christopher Waller defendeu corte de juros neste mês e disse ver espaço para múltiplas reduções nos próximos meses. Waller votou pela redução da taxa de 25 pontos-base em julho, quando as taxas foram mantidas. À tarde, presidentes regionais do BC americano, como Raphael Bostic (Atlanta) e Neel Kashkari (Minneapolis), adotaram tom mais cauteloso, alertando para o repique inflacionário das tarifas, mas não tiraram da mesa a ideia de afrouxamento monetário.

Ibovespa

Abaixo dos 140 mil pontos, o Ibovespa emendou hoje um terceiro dia negativo desde que renovou recordes na última sexta-feira, tanto no intradia como no fechamento. Entre a mínima e a máxima da sessão, o índice da B3 oscilou dos 139.581,88 aos 140.495,88 pontos, saindo de abertura aos 140.331,63 pontos. Ao fim, marcava perda de 0,34%, aos 139.863,63 pontos, com giro financeiro moderado a R$ 17,5 bilhões. Na semana e no mês, o Ibovespa recua 1,10% e, no ano, sobe 16,28%.

Entre as ações de primeira linha, de maior liquidez, destaque apenas para Vale (ON +0,38%), com Petrobras (ON -1,06%, PN -0,86%) firme no campo negativo, ainda que em ajuste inferior ao do Brent na sessão, em baixa de 2,23% no fechamento de Londres. Entre os grandes bancos, apenas Bradesco ON conseguiu evitar o ajuste negativo no encerramento da B3, em leve alta de 0,14%. Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para Cosan (+8,00%), Raízen (+4,96%) e Pão de Açúcar (+2,93%). No lado oposto, Brava (-2,97%), IRB (-2,24%) e Ambev (-2,14%).

Lá fora, a leitura abaixo do esperado sobre o número de vagas de trabalho em aberto nos EUA em julho conforme o relatório Jolts – uma métrica sobre o giro de mão de obra acompanhada de perto pelo Federal Reserve – resultou em aumento da precificação de corte de juros pelo BC dos EUA em setembro, o que deu algum suporte aos mercados acionários de Nova York na sessão, com destaque para o Nasdaq, o índice de tecnologia, em alta de 1,02% no fechamento.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carol Santos



Conteúdo original

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *