Dólar fecha em alta e Bolsa acumula perdas com tensão comercial entre Brasil e EUA

Dólar fecha em alta e Bolsa acumula perdas com tensão comercial entre Brasil e EUA

Artigo Policial

Anúncio de tarifa de 50% por parte dos Estados Unidos contra produtos brasileiros eleva volatilidade nos mercados e pressiona empresas exportadoras; Ibovespa registrou queda de 3,20% ao longo da semana

EDI SOUSA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDOSP – BOLSA DE VALORES/SP/B3 – ECONOMIA – Movimentação em frente ao prédio da B3, no centro antigo de São Paulo, nesta quinta-feira, último dia do ano de negociações na bolsa de valores brasileira. O “Pregão” retornará na próxima terça-feira, 2 de janeiro de 2024. 28/12/2023

O dólar encerrou a sexta-feira (11) com leve alta de 0,1%, cotado a R$ 5,5479, enquanto o Ibovespaprincipal índice da bolsa brasileira, caiu 0,41%, aos 136.187 pontos. Os movimentos refletem a tensão gerada pela decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida anunciada na última quarta-feira (9) pelo presidente Donald Trump. Ao longo da semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 2,28% frente ao real. No mesmo período, o Ibovespa recuou 3,20%, registrando desempenho negativo em todos os pregões da semana. Em julho, a Bolsa já acumula queda de 1,96%, após quatro meses consecutivos de alta.

As tarifas afetam diretamente setores estratégicos da economia brasileira, como petróleo, aço, café, carne bovina, suco de laranja e aeronaves. A Embraer, por exemplo, é uma das empresas mais expostas: cerca de 23,8% de sua receita vem das vendas para os EUA. Outras companhias potencialmente impactadas incluem Suzano, Tupy, Jalles Machado e Frasle Mobility.

Além das perdas setoriais, a medida elevou o grau de incerteza no mercado e reacendeu o temor de uma guerra comercial. Durante a manhã de sexta-feira, o dólar chegou a subir quase 1% diante do risco de escalada no conflito, mas desacelerou no fim do dia após Trump sinalizar que pode conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “em algum momento”.

Lula criticou a postura de Trump, que justificou a nova tarifa com argumentos políticos e chegou a citar o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma carta enviada ao governo brasileiro. Em resposta, o presidente afirmou que o Brasil buscará diálogo, mas, se necessário, usará a Lei da Reciprocidade Econômica para impor tarifas aos EUA. “Nós queremos negociar, mas queremos respeito às decisões do Brasil. Se ele (Trump) ficar brincando de taxação, isso vai ser infinito”, disse Lula em entrevista ao Jornal Nacional.

A lei citada por Lula permite ao governo aplicar medidas provisórias de retaliação enquanto tenta solucionar disputas comerciais. Trump, por sua vez, afirmou que, caso o Brasil reaja com novas tarifas, os EUA poderão aumentar ainda mais as taxas sobre produtos brasileiros. Analistas alertam para o risco de aumento da inflação e de desaceleração econômica. Um dólar mais caro encarece produtos importados e pressiona os preços internos, o que pode levar o Banco Central a manter os juros em níveis elevados — atualmente em 15%, o maior patamar em quase duas décadas.

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Apesar disso, o Ministério da Fazenda afirmou que o impacto sobre o crescimento do PIB em 2025 deve ser limitado e concentrado em alguns setores. A projeção de crescimento para 2024 foi revista para cima, passando de 2,4% para 2,5%.

O Brasil não é o único alvo das novas medidas comerciais dos EUA. Desde o início da semana, Trump enviou cartas a líderes de 23 países, estipulando tarifas mínimas para negociar com os Estados Unidos. O Canadá foi notificado na quinta-feira (10) sobre uma tarifa de 35%, sob a alegação de que o país não combate adequadamente o tráfico de fentanil. Trump também prometeu anunciar tarifas para a União Europeia, o que acentuou a aversão ao risco nos mercados globais.

Publicada por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA



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