29 de setembro de 2025 – o Primeiro Comando da Capital (PCC) usava ameaças de morte para obrigar empresários a venderem seus negócios e, assim, lavar dinheiro do crime organizado. Depoimentos inéditos, exibidos pelo Fantásticorevelam como a facção criminosa controlava postos de combustível, motéis e jogos de azarmovimentando bilhões de reais de forma ilícita.
Depoimentos inéditos sobre como funcionava o esquema foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo.
Empresários relatam intimidações e perdas
Vítimas relataram que, após receberem propostas de compra aparentemente comuns, descobriam que os compradores eram ligados ao PCC. Em muitos casos, os empresários não recebiam o valor prometido e passavam a sofrer intimidações.
Um dos relatos expõe que a quadrilha manteve o posto de combustível no nome da vítima, vendendo combustível adulterado e deixando-o como responsável legal. Outro empresário revelou ter ouvido dos criminosos: “Você vai vender o posto por bem ou por mal”.
Segundo o promotor de Justiça Sílvio Loubehas vítimas eram duplamente punidas: não recebiam pelo negócio e ainda respondiam pelos crimes cometidos pela organização.
Nomes envolvidos e investigações
Nos depoimentos, empresários citaram Alexandre Leal como intermediário em compras fraudulentas. Segundo o Ministério Públicoos negócios eram repassados a Wilson Pereira Júnioro “Wilsinho”, que atuava em sociedade com o empresário Flávio Silvério Siqueiraapontado como principal beneficiário do esquema.
A defesa de Flávio Siqueira nega envolvimento com o PCC. O advogado de Wilson Pereira Júnior disse que seu cliente não foi formalmente citado no processo. Já a defesa de Alexandre Leal não foi localizada.
Esquema milionário com fintechs e empresas de fachada
As investigações, conduzidas pelo Ministério Público e pela Receita Federalapontam que o PCC controlava 267 postos de combustível e 60 motéis em São Paulomovimentando cerca de R$ 6 bilhões em quatro anos.
Parte dos valores ilícitos passava por fintechs, como a BK Bankusada para centralizar transferências milionárias. Segundo investigadores, os recursos eram posteriormente usados na compra de artigos de luxo para líderes da facção.
A BK Bank afirma ser regulada pelo Banco Central e nega envolvimento com os investigados.
Enquanto isso, empresários vítimas da facção tentam recomeçar. “Perdi meu ganha-pão e fiquei desesperado”, disse um deles.
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