06 de agosto de 2025 – Após a desocupação do plenário da Câmara dos Deputados, ocorrida na noite desta quarta-feira (6), o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB)fez um discurso firme em defesa das instituições democráticas. O ato ocorreu depois de dois dias de protesto de parlamentares da oposição contrários à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que chegaram a impedir a realização de sessões.
“Projetos pessoais não estão acima do povo”
Durante seu discurso de abertura da sessão, Motta declarou que a democracia “não pode ser negociada” e que projetos pessoais ou eleitorais não devem estar acima da vontade do povo brasileiro.
“Não podemos deixar que projetos pessoais e até projetos eleitorais possam estar à frente do que é maior que todos nós: o nosso povo”, afirmou.
Motta ainda ressaltou que sua presença na Mesa Diretora visava reafirmar o respeito à autoridade da presidência e ao papel institucional da Câmara.
“Nossa presença nesta Mesa é para garantir duas coisas: o respeito a esta Presidência e o fortalecimento desta Casa.”
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Crise, ameaças e reforço policial
Durante o impasse, o presidente da Câmara ameaçou suspender mandatos por até seis meses e determinou o posicionamento da polícia legislativa na porta do plenário. As medidas foram necessárias para conter o avanço do protesto e permitir a retomada dos trabalhos legislativos.
“Essa Mesa não será refém de nenhum tipo de ameaça. Não é um gesto de enfrentamento, é um gesto de reafirmação da democracia brasileira”, destacou.
Conflito direto e resistência no plenário
A tensão aumentou quando Motta tentou ocupar a cadeira da Presidência e foi impedido pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS)que participava da ocupação. Após diálogo, o parlamentar cedeu, e o presidente reassumiu o comando da sessão.
Motta classificou a situação como uma das mais delicadas da atual legislatura:
“Talvez estejamos ocupando uma das cadeiras mais desafiadoras do país, pelo momento que estamos vivendo. Mas esta sempre foi e sempre será a Casa do debate.”
Ele finalizou seu discurso defendendo o diálogo como caminho essencial para a política:
“Vamos continuar apostando no diálogo. Só o diálogo mostrará a luz das grandes construções que o Brasil precisa. Nossa democracia não pode ser negociada.”
Deputadas levaram crianças ao plenário durante ocupação
O protesto também teve momentos inusitados. As deputadas Julia Zanatta e Carol de Toniambas do PL-SC, participaram da ocupação levando suas filhas pequenas ao plenário. Em publicação nas redes sociais, Zanatta afirmou que usava a filha como “escudo” simbólico e criticou os ataques que recebeu.
“Eles querem inviabilizar o exercício profissional de uma mulher usando sim uma criança como escudo. Canalhas!”, publicou a parlamentar.
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Tags: Hugo Motta, Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro, oposição, democracia, plenário ocupado, política brasileira, prisão domiciliar, Marcel van Hattem, Julia Zanatta, Carol de Toni, protesto na Câmara, crise institucional