Por Roger Costa
ENVERGONHADO
Ancorado por uma performance imponente e hipnótica de Yara de Novaes no papel-título, esse drama eficiente, comovente e trágico dirigido por Pedro Freire apresenta um dos relacionamentos mais turbulentos e chocantes da mãe-filha já retratados no cinema. O impacto é tão profundo, pode -se sentir que se arrasta sobre a pele. De fato, o programa pertence a três mulheres diferentes, interpretando cada uma de um ramo geracional. Enquanto Novaes é a força central aqui, Juliana Carneiro da Cunha, que interpreta a mãe, e a estrela-estrela Carol Duarte (“Vida Invisível”, “La Chimera”) no papel de sua filha distante elevam a tensão na narrativa, dando o seu melhor e proporcionando papéis cruéis incorretamente crus. Você dificilmente esquecerá o que se passa entre essas três mulheres, quando elas se confrontam representando elementos traumáticos e distúrbios de comportamento de acordo com suas gerações.
Incapaz de encontrar um papel decente o suficiente para ela desempenhar, Malu se afasta das luzes, confinando-se em uma favela à beira da praia, onde compartilha uma propriedade com estranhos e boêmios. Sua mãe mora com ela, mas as coisas ficam fora de controle quando a filha de Malu vem visitar depois de passar alguns anos na Europa. Ela também é atriz e está tentando convencer sua mãe que todos deveriam morar juntos em São Paulo, onde eles podem encontrar alguma oportunidade de atuação. Mas Malu está interessado em criar um centro cultural com o objetivo de inspirar artistas locais e lançar suas carreiras. Sua mãe se opõe a tudo o que planeja, incluindo suas escolhas de estilo de vida. Em um momento horrível, sua mãe conservadora convida um sacerdote apenas para tentar mudar a perspectiva de Malu, apenas para que o padre fugindo depois de ser confrontado sobre sua fé e crenças. A cena é chocante e, ali, você pode sentir exatamente para onde está indo: um estudo feminino intenso e profundamente dolorido de vários caracteres sobre o vínculo familiar e a perda dele. Não há muito a dizer além disso, porque o espectador deve ser agraciado com as reviravoltas da trama, sutilmente expostas quando segredos e assuntos não resolvidos do passado chegam à superfície.
Inspirado na história verdadeira de sua mãe, o cineasta pela primeira vez Paulo Freire, que ganhou grandes prêmios no Grande Otelo Awards deste ano (incluindo o melhor primeiro diretor e roteiro) deixa uma marca impressionante com este material. É uma das estreias mais explosivas, corajosas e confiantes do ano.
(Telas 10 de setembroth às 19h)
Um lobo entre os cisnes
Com base na vida real da dançarina de balé de carioca de renome internacional Thiago, essa biografia vibrante e divertida, dirigida pela dupla Marcos Schechtman e Helena Varvaki, oferece uma visão importante da luta econômica, identidade e métodos de sacrifício de realização. Embora descreva precisamente a autenticidade desse jovem dançarino, que veio de influências da dança de rua para se tornar um dos principais dançarinos de balé do mundo, o filme é encapsulado por um sentimento de encorajamento que se traduz facilmente na eficiência que ele interpreta como uma declaração sobre o impacto transformacional da arte.
Thiago (um charmoso, mas instável Matheus Abreu) tem a oportunidade de aprender a domar e melhorar suas habilidades de dança, mas ele deve controlar seu temperamento e ego. Seu tutor Dino (interpretado pelo grande e sempre notável Dario Grandinetti), que mantém uma vida noturna movimentada em Saunas Gay depois de concluir suas aulas, é o designado para “exorcizar” Thiago e trazer o melhor dele. O dançarino jovem e tempestuoso luta para aceitar seu novo papel de dança, o estigma homossexual ligado a ele e como se encaixar entre os outros que representam os privilegiados, o que também reflete sobre como ele vive em circunstâncias muito pobres com sua tia.
Um exame preciso e tocante sobre as aspirações de jovens desafiadas pelos padrões econômicos e sociais, o único erro do filme é como trata o fato de que seu protagonista é heterossexual, quebrando os rumores de que todos os dançarinos de balé são gays. Torna -se um pouco repetitivo, pois o dançarino realmente esclarece sua identidade sexual, com o mesmo diálogo aparecendo em pelo menos três cenas diferentes. Talvez os diretores quisessem validar sua personalidade e perspectiva- pelo menos naquela época.
No entanto, essa pequena falha não afetará sua importância e qualidade: o filme é altamente divertido, sexy e convincente. O resultado é na verdade uma história triunfante e humana sobre acreditar e pertencer, e nunca dar os desafios.
(Telas 12 de setembro às 21:00)
Câncer com Virgem Rising
Uma força proeminente e influente na TV brasileira e no cinema, o diretor brasileiro-americano, Rosane Svartman, transforma a experiência traumática de viver com câncer em uma comédia edificante e histericamente engraçada.
A Suzana Pires lidera um elenco fantástico, dirigido por mulheres, como o protagonista Clara, um professor de matemática que navega na solidão, auto-estima e garantia, uma filha adolescente (uma impressionante Nathalia Costa) e uma mãe mística (interpretada com graça e adorável bobagem por veterano Marieta Severo, um dos melhores desempenhos do Brasil). Sua vida se vira de cabeça para baixo quando é diagnosticada com câncer de mama, mas ela decide aceitar o desafio e luta firmemente à doença, vendo cada passo, incluindo os procedimentos médicos dolorosos e emocionalmente exaustivos por meio de um senso de humor irresistivelmente nítido.
Ela encontra apoio entre as mulheres incríveis que a cercam, além de dançar e cantar que a proporcionam calmante. É assim que a arte afeta seu tratamento.
Olhando para uma grande crise de saúde através do estilo cômico, Svartman presta uma homenagem emocional e otimista a sua amiga Clelia Bessa, uma cineasta e produtora que desafiou e lutou contra o diagnóstico de câncer no qual o filme é inspirado. Ela também oferece uma reflexão entusiasmada, colorida e bem animada sobre o poder da feminilidade e o papel da resiliência. É um tempo divertido com um compromisso sério.
(Telas 12 de setembroth às 19h)
(O 29th O festival de cinema brasileiro Infffinito vai até 13 de setembroth Apresentando exibições pessoais em Miami e também disponível para visualização on-line no site deles. Visita Para detalhes).