Comissão da Câmara aprova PEC da Segurança Pública que unifica sistema, mas mantém responsabilidade dos estados

Comissão da Câmara aprova PEC da Segurança Pública que unifica sistema, mas mantém responsabilidade dos estados

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (15), por 43 a 23, o texto da PEC da Segurança Pública apresentado pelo governo federal. A proposta constitucionaliza o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que promove colaboração entre as diferentes polícias, padronização de informações e a realização de operações conjuntas. De acordo com o texto, o sistema será coordenado pela União, expande as atribuições da Polícia Federal (PF), cria a Polícia Viária Federal no lugar da hoje existente Polícia Rodoviária Federal e confere status de polícia às guardas municipais.

O relator do projeto na CCJ, deputado Mendonça Filho (União-PE), retirou do texto final um trecho que previa responsabilidade exclusiva da União para legislar sobre “normas gerais de segurança pública, defesa social e sistema penitenciário”. Hoje, essa competência é dividida com os estados. Com a alteração, nada muda com relação a responsabilidade dos estados nessas áreas. Outra pequena alteração é a retirada da palavra “exclusiva” do trecho sobre competência das polícias federal e civil na apuração de infrações penais. Para o relator, a expressão tiraria a prerrogativa de o Ministério Público e mesmo o Congresso conduzirem investigações.

Para o ministro da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, as mudanças do relator não alteram a “essência” do texto. O ministro agradeceu a aprovação e reiterou ideia de integração entre forças. “Agradeço à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados pelo elevado espírito público demonstrado na aprovação da PEC da Segurança com pequenos ajustes, que não alteraram a essência da proposta do governo, cujo objetivo é integrar a ação das polícias brasileiras no combate à criminalidade”.

A votação havia sido marcada para quarta-feira passada (9), mas pedidos de vista da oposição obstruíram a sessão. Parlamentares bolsonaristas alegam que a aprovação da PEC “favorece os criminosos”. Da base do governo, o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), defendeu a medida. “A PEC não dá conta da complexidade, mas é um passo importante para criar um sistema mais racional, que tenha provisão de recurso público, que tenha integração nacional”, disse. Para o relator, seria um erro não discutir ou votar a proposta. “Tenho a noção de que a minha missão é servir o público. Imagina abdicar da discussão e aguardar até 2027? Acho que seria equivocado por parte do Parlamento”, disse.

A matéria seguirá para análise em uma comissão especial da Câmara e, em seguida, para votação no Congresso.

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