Morte e destruição em Gaza ‘não têm precedentes na história recente’, denuncia chefe da ONU

Chefe da ONU critica ‘falta de compaixão’ pelos palestinos em Gaza

Artigo Policial

António Guterres denunciou a ‘crise moral que desafia a consciência global’ e criticou a ‘falta de humanidade’ da comunidade internacional por ignorar o sofrimento do povo palestino

Timothy A. Clary / AFPSecretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, na sede da ONU em Nova York

O secretário-geral da EleAntónio Guterres, criticou a comunidade internacional nesta sexta-feira (25) por ignorar o sofrimento dos palestinos que morrem de fome na Faixa de Gaza e denunciou uma “crise moral que desafia a consciência global”. “Não consigo explicar o nível de indiferença e inação que vemos em tantos atores na comunidade internacional: a falta de compaixão, a falta de verdade, a falta de humanidade”, disse Guterres durante um discurso na assembleia da Anistia Internacional. “As crianças dizem que querem ir para o paraíso porque, pelo menos, dizem, há comida lá”, acrescentou o secretário-geral.

“Esta não é apenas uma crise humanitária. É uma crise moral que desafia a consciência global. Continuaremos a nos manifestar em todas as ocasiões. Mas palavras não alimentam crianças famintas”, continuou. “Nossa equipe heroica continua realizando o seu trabalho em condições inimagináveis. Muitos deles estão tão anestesiados e exaustos que dizem não se sentir nem mortos nem vivos”, relatou. Ele acrescentou: “Temos videochamadas com nossos próprios trabalhadores humanitários, que estão morrendo de fome diante de nossos olhos”.

Guterres também denunciou a morte de “mais de 1.000 palestinos enquanto tentavam encontrar comida” desde 27 de maio, quando a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, começou a operar, substituindo o sistema tradicional até então administrado pela ONU. “Precisamos de ação. Um cessar-fogo imediato e permanente. A libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Acesso humanitário imediato e irrestrito”, defendeu, assegurando que a ONU está pronta, em caso de cessar-fogo, para aumentar “radicalmente” suas operações humanitárias.

Por sua vez, a presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Mirjana Spoljaric, também pediu uma “ação coletiva urgente”. “Não há desculpa para o que está acontecendo em Gaza. A magnitude do sofrimento humano e da perda da dignidade humana já superaram todos os padrões aceitáveis, tanto legais quanto morais há muito tempo”, disse em um comunicado em Nova York.

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“Essa tragédia deve terminar agora, imediatamente e de maneira decisiva”, instou. A guerra na Faixa de Gaza eclodiu após o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou uma campanha militar israelense no território palestino governado por esse movimento islamista. A ofensiva israelense deixou dezenas de milhares de mortos e Gaza praticamente destruída.

*Com informações da AFP



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