05 de julho de 2025 — Os negociadores dos 11 países que compõem o BRICS concluíram, nesta sexta-feira (4), as discussões sobre os principais temas da cúpula do grupo, marcada para os dias 6 e 7 de julhono Rio de Janeiro. As tratativas avançaram em três áreas centrais: cooperação em saúde para eliminação de doenças socialmente determinadasAssim, inteligência artificial (IA) e combate às mudanças climáticas.
As resoluções acordadas pelos Sherpas — como são chamados os negociadores oficiais dos países — serão encaminhadas aos chefes de Estado e devem ser consolidadas em declarações oficiais durante a cúpula.
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Brasil quer reequilibrar foco da agenda internacional
Com a presidência do grupo neste ciclo, o Brasil pretende deslocar o foco da agenda internacional de tensões geopolíticas para temas sociais urgentes, como a erradicação da pobreza, segurança alimentar e o fortalecimento dos sistemas de saúde pública.
“O esforço brasileiro é trazer estes temas para o centro da agenda desses grandes grupos. Como fizemos no G20, com a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, agora lançamos uma parceria para eliminar doenças da pobreza, como tuberculose, hanseníase, malária, dengue e febre amarela”, afirmou o sherpa brasileiro, embaixador Mauricio Lyrioque coordena as negociações.
Avanços institucionais e novos países parceiros
Os representantes também debateram temas relacionados à institucionalização do blocoà nova escala de presidência rotativa e à participação dos países parceirosgrupo que agora inclui o Vietnãtotalizando dez nações com esse status.
Além disso, discutiu-se o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) como instrumento estratégico para a industrialização do Sul Globalcom foco especial em projetos sustentáveis e de inclusão social.
BRICS alinham discurso para COP30 em Belém
As negociações climáticas giraram em torno do financiamento da transição energética nos países em desenvolvimento. Para o grupo, as nações mais ricas, historicamente responsáveis pelas maiores emissões de gases de efeito estufa, devem assumir compromissos mais concretos de financiamento.
O Brasil espera que a cúpula do BRICS reforce os compromissos climáticos antes da COP30que será sediada em Belém, em novembro deste ano. “Queremos ações ambiciosas e cooperação real para enfrentar a crise climática”, reforçou Lyrio.
Esta foi a última reunião preparatória dos sherpas antes da cúpula. As duas anteriores, em fevereiro e abril, já haviam registrado avanços importantes na criação de uma Parceria Estratégica Econômica por incorporação de pautas sociais ao planejamento do BRICS.
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