A equipe nacional nunca ficou mais do que cinco mundiais seguidos sem erguer o caneco
A seleção brasileira, a maior vencedora da história das Copas, poderá amargar um jejum jamais visto, caso não conquiste o hexa no ano que vem. A equipe nacional nunca ficou mais do que cinco mundiais consecutivos sem ser campeã. A primeira edição do torneio foi disputada em 1930, no Uruguai. Depois de 28 anos, ou cinco edições (não tivemos disputa em 1942 e 1946), o Brasil ergueu o caneco em 1958. Após o tricampeonato em 1970, o tetra só veio em 1994 e novamente cinco Copas foram perdidas.
O curioso é que desde o penta, em 2002, a seleção brasileira só foi eliminada por europeus:
Eliminações da seleção brasileira em Copas
2006 – França – quartas de final
2010 – Holanda – quartas de final
2014 – Alemanha – semifinal
2018 – Bélgica – quartas de final
2022 – Croácia – quartas de final
Em 2006, na Alemanha, a seleção, comandada por Carlos Alberto Parreira, era a favorita ao título. A imprensa depositava as fichas no “quadrado mágico”: Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Adriano. A equipe venceu a Croácia, a Austrália e o Japão, na primeira fase, e passou por Gana, nas oitavas de final. O duelo contra a França, em Frankfurt, pelas quartas de final, foi marcado por uma apresentação de gala de Zinedine Zidane:
BRASIL 0 × 1 FRANÇA – Frankfurt – 01.07.2006
Brasil: Dida, Cafu (Cicinho), Lúcio, Juan, Roberto Carlos, Gilberto Silva, Zé Roberto, Juninho Pernambucano (Adriano), Kaká (Robinho), Ronaldo e Ronaldinho.
França: Barthez; Sagnol, Thuram, Gallas E Abidal, Makelele, Vieira, Malouda (Wilford), Zidane, Ribery (Govou) e Henry (Saha).
Árbitro: Luiz Medina Cantalejo (Espanha).
Gol: Henry (12) no segundo tempo.
A Copa do Mundo cria heróis, mas também vilões. O lateral Roberto Carlos, campeão em 2002, nunca mais foi esquecido pela “história da meia”. Ele estava ajeitando o meião quando Henry penetrou na área brasileira e venceu o goleiro Dida. A imagem foi repetida à exaustão, e críticas não faltaram ao jogador. O futebol às vezes é cruel. Mas o fato é que a seleção jogou mal. Foi sonolenta. Parreira saiu jogando com Juninho Pernambucano e Gilberto Silva, como queria a torcida. Carrasco do Brasil em 1998, Zidane fez uma apresentação formidável. O primeiro tempo terminou empatado, 0 a 0. Aos 12 da etapa final, Zidane cobrou falta da esquerda. Henry entrou na área sem marcação e de pé direito balançou as redes: 1 a 0. Parreira ainda tentou mexer no time, mas sem sucesso. Depois de três finais consecutivas, a seleção brasileira estava eliminada na fase de quartas de final.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.