Ancelotti passa o trinco e seleção sai ilesa após sofrer onze gols em seis partidas como visitante Em princípio, a única diferença foi a maior consistência defensiva. No mais, o futebol apresentado pela seleção brasileira na estreia de Carlo Ancelotti foi pobre, sem criatividade e previsível. Mas, para uma seleção que levou onze gols em seus últimos seis jogos como visitante, o 0 a 0 com o Equador, em Guayaquil, acabou sendo até um bom resultado – acreditem.
Ancelotti protegeu o miolo de zaga com Casemiro, Gerson e Bruno Guimarães, segurou os laterais Vanderson e Alex Sandro e deixou as ações ofensivas com Vini JR, Richarlison e Estevão. Só que os três homens de frente pouco conseguiram. Quando Gerson e Bruno Guimarães pisaram na área, a seleção até conseguiu levar perigo. Mas foram três finalizações, apenas uma com perigo.
O jovem Estevão acabou sendo a melhor opção de ataque da seleção
Rafael Ribeiro / CBF
O jovem time equatoriano, com média de 23,8 anos, fechou-se em duas linhas de quatro e, apesar do controle, não chegou a ameaçar o gol de Alisson. Mas, nos minutos finais, deixou a seleção de Ancelotti em situação desconfortável, com boas trocas de passes e seguidas tentativas de infiltração. Funcionou, porém, a parede brasileira, com destaque para a atuação do zagueiro Alexsandro, do Lille.
Não dava mesmo para esperar algo diferente com apenas dois treinos do novo treinador. Mas, com o retorno de Raphinha, que cumpriu suspensão, o formato da seleção para o jogo contra o Paraguai, na terça-feira (10), será outro, com um pouco mais de ofensividade. Nada que exponha o time, mas o suficiente para trazer ao gramado a exigente arquibancada de Itaquera.
Ancelotti fechou o time que havia sofrido onze gols em seis jogo como visitante nas Eliminatórias
Rafael Ribeiro / CBF
Ancelotti (lembrem-se!) disse em sua chegada que a seleção precisaria do talento e do sacrifício de seus jogadores para recuperar o protagonismo perdido. Sacrifício, até foi possível ver, com doação ao sistema de marcação. O talento, porém, segue escondido. Vini Júnior segue longe do futebol jogado no Real Madrid. Richarlison quase não foi visto. E Estevão, nosso prodígio, fez o que estava a seu alcance.
Gerson e Bruno Guimarães, meias que poderiam ditar o ritmo do time, travaram na necessidade de compor o cinturão que desmobilizasse as tramas ofensivas dos donos da casa. Isso comprometeu a qualidade da saída de bola e os passes longos pelos lados do campo acabaram sendo o melhor caminho para tentar levar perigo ao gol adversário. Com sinceridade: muito pouco…
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