A agricultura cearense padece de um atraso tecnológico, especialmente no setor da agricultura familiar, o que torna os agricultores vulneráveis a uma iminente e inédita exclusão social. As mudanças climáticas agravam essa situação e têm causado profundas e graves consequências no meio rural, em grande medida, pela inação do poder público.
Uma tecnologia que poderia ser valorizada e traria benefícios tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente é a adoção de produtos biológicos na agricultura. OS Bioinsumos representam uma revolução para a agricultura, a segurança alimentar e nutricional, especialmente no contexto da agricultura familiar e da preservação dos ecossistemas. Esses insumos, de base biológica — como microrganismos (bactérias, fungos), extratos vegetais, óleos essenciais e feromônios — são utilizados no manejo de pragas e doenças, na nutrição de plantas e na melhoria da saúde do solo.
No caso do Ceará, que possui clima semiárido e predominância de agricultores familiares, os bioinsumos oferecem uma alternativa promissora e sustentável aos defensivos químicos sintéticos.
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Os bioinsumos vão além da simples substituição dos produtos químicos. Eles impactam diretamente a saúde, a economia e a sustentabilidade do campo, promovendo a redução de custos e da dependência externa. Em muitos casos, podem ser produzidos na própria propriedade rural (produção na fazenda) ou adquiridos a preços mais acessíveis do que os agrotóxicos sintéticos.
Além disso, o uso de bioinsumos significa mais autonomia e conhecimento para os produtores rurais, fortalecendo a economia local e regional. A produção própria ou comunitária empodera o agricultor, reduzindo sua dependência de grandes empresas e insumos importados, além de promover maior compreensão dos processos biológicos e ecológicos.
Com a aprovação da Lei 15.070/24que simplificou o registro para uso próprio e para unidades na fazendaa agricultura familiar brasileira passou a ter mais acesso a esses produtos. A nova legislação marca um avanço significativo para o setor.
Outro ponto essencial é o impacto positivo na saúde dos agricultores e de suas famílias. A redução da exposição aos produtos químicos evidencia a importância do uso de bioinsumos para a saúde humana.
Por fim, não há como falar em segurança alimentar quando o uso de agrotóxicos ocorre de maneira descontrolada e compromete a qualidade dos alimentos e do meio ambiente.
Nizomar Falcão é Engenheiro Agronomo da Ematerce
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Tags: bioinsumos, agricultura familiar, Ceará, produtos biológicos, agrotóxicos, meio ambiente, Lei 15.070/24, saúde do agricultor, segurança alimentar, sustentabilidade no campo, tecnologia rural